16.2.05

E a GAMAlentejo
É assim que se designa uma das figuras do novo conceito de regionalização que inclui todo o Alentejo natural pelos actuais limites político/administrativos A sua efectivação tem-se revestido de alguma incompreensão ,quanto a sua unidade , por parte de algumas câmaras municipais Outras ,porem , mais sensatas e com uma visão mais abrangente , abarcam o muito que está em causa , mobilizando-se, na defesa da manutenção do Alentejo tradicional pelos limites actuais
Nem faz sentido ser de outra forma tendo em conta que o Alentejo é uma unidade geo-sócio- económica homogénea nos seus múltiplos aspectos :--- no meio, gentes, clima , paisagem coberto florestal ,,relevos ,sistemas agrícolas e até nos constrangimentos que nos tem conduzido a esta injustificada perda de população , baixa produção , produtividade e consequentes índices de pobreza .
O caminho mais fácil seria com base na actual CCRA obviamente dotando-a de uma administração democrática com base no poder autárquico . Não foi esse o entendimento ,em vez disso , procuraram-se outras vias , quiçá mais tortuosas , que poderiam conduzir a sua fragmentação tanto do agrado dos que aqui tem poderosos interesses mas que absolutamente insensíveis ao drama porque passa o Alentejo . Drama pungente de um povo que vê perder aquele fio condutor que deveria ligar a comunidade rural tradicional ás novas gerações de agricultores Mas a natureza das coisas tem muita força e mesmo por caminhos ínvios o Alentejo acabará unificado . Para tanto cito algumas câmaras que têm sido decisivas para o efeito :--- de Évora ao avançar com uma comurb (comunidade urbana ) ou seja o embrião da Gam ( grande área metropolitana --- mas que péssima designação !--- do Alentejo ) ,convidando os restantes quarenta e seis autarcas a aderir ; de Nisa que desde o primeiro momento defende a região Alentejo e que , devido ao facto de estar situada no limite norte , tem impedido que outros municípios se juntem a Castelo Branco o que seria uma união contra natura ; de Santiago de Cacem decidiu que faria parte da região Alentejo e porque separa Odemira dos concelhos de Girândola, Sines e Alcácer , impede que se forme um agrupamento separado do restante Alentejo Resta acrescentar a clarividência com que as Câmaras municipais filiadas no PCP , inequivocamente favoráveis ao Alentejo , contrastando com as câmaras PS do Baixo Alentejo que têm uma postura deveras preocupante
Em suma :-- . as que faltam aderir a este grande projecto são poucas e já não tem dimensão nem contiguidade para perfazerem unidades separadas daí o poder-se concluir “ que desta vez vai “É evidente que o bom senso tem prevalecido na grande maioria das autarquias alentejanas . As restantes , porque os seus autarcas estão a prestar um mau serviço aos munícipes, podem , no próximo acto eleitoral , ver-se substituídos no cargo A nova grande autarquia tem pela frente um Alentejo despovoado , exangue , empobrecido, submisso , sem a menor capacidade de reacção , submetido a mais despudorada rapina Ora, para debelar essas circunstancias , temos de enfrentar as causas por detrás das quais de acobertam poderosos interesses muito difíceis de controlar . Tarefa ciclópica frente á qual , todos juntos , não somos demais Todos juntos , dotados de intervenção fiscal e de gestão do espaço e do meio , podemos transformar o Alentejo numa terra aonde dê prazer viver . Com capacidade representativa em instancias transfronteiriças ,comunitárias e até ao nível da globalização e tendo em conta os colossais recursos naturais de que o Alentejo é pródigo, nós , numa geração apenas , podemos fazer do Alentejo uma região de invejável prosperidade A manutenção da região do Alentejo natural , com todas as prerrogativas que a lei confere , significa termos a voz e a vez que nos tem faltado para decidirmos o nosso destino . Significa , para a nossa evolução como povo , algo semelhante á obtida pelo homem quando começou a erguer a espinha , para a posição vertical , coisa que tantos de nós ainda não logrou alcançar ..FRANCISCO PÂNDEGA

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