16.2.05

CD.4----3º Painel ; 7ª faixa
Este debate , que tem decorrido de uma forma amistosa , tem tido duas componentes :-- uma das quais me agrada e outra que me preocupa .

1----Agrada-me o facto de a maioria dos presidentes de Câmara serem favoráveis á manutenção do Alentejo unificado Se bem que hajam alguns (poucos ,felizmente ) com posições indefinidos e outros claramente cessionistas . Essa postura fragmentária é por razões absurdas e inconsistentes . Convertidos assim a verdadeiros trânsfugas que , porque não atingirem o muito que está em causa ou por razões que a lógica desconhece , não estão á altura da incumbência que lhe foi consignada pelos munícipes .
De realçar a câmara de Nisa , na área de transição para as terras beirãs, pela sua altitude pro-região Alentejo. Assume especial relevo porque , interpondo -se entre as Beiras e o Alentejo, e porque as unidades territoriais precisam de contiguidade, essa interposição impede que certos municípios alentejanas se aliem ás beiras
E a de Santiago de Cacem , pro-Alentejo também e pela mesma razão, já que separa o município de Odemira , dos restantes do Litoral alentejano . Desta forma impedindo a formação do Alentejo Litoral o que seria um absurdo já que já que , porque faz parte integrante do território regional , tal como está , resulta numa valorização mútua .

2----- Decepcionou-me a forma como certos congressistas defenderam o trabalho por conta de outrem . Indo ao ponto ( tal a obsessão ), de mais parecer dizer dirigindo-se ao mundo do capital :--- “ tomem o Alentejo e punham-nos a trabalhar”. Depois lá vinha uma série de considerações sobre os direitos dos trabalhadores .
Estes homens não têm a menor noção do futuro laboral nem as possibilidades de alternativas existentes na nossa região.

2/a-----Não vêm que ,mais depressa do que julgam e ao contrário do que acontece presentemente ,trabalhar por conta de outrem , seja em que trabalho for , é uma forma desfavorecida de viver , quer durante a vida activa quer na reforma Aliás esta constatação já era conhecida ,entre nós , na anterior geração. Dizia-se então “ era preferível trabalhar com um escudo por conta própria do que por mil por conta de outrem “. Tendo em conta as relações laborais , de hoje em dia , com a deslocalização de empresas na demanda de operários menos exigentes , e as dificuldades orçamentais que afectam a segurança social , anda bem avisado quem se for cuidando

2/b--- Mas o mais absurdo de tudo isto é estar a acontecer no Alentejo e entre as suas gentes . Nesta imensa e riquíssima região , povoada por pessoas perfeitamente capacitadas para explorar as suas enormes potencialidades , pensar assim ,na nossa região , é revelador de que algo está errado entre nós .
Desbloqueando o sector agrícola , todos podemos aspirar construir os próprios empregos já que , no actual estádio de desenvolvimento , essas questões laborais ainda não se nos põem com a mesma acuidade do que nas regiões menos privilegiadas do que a nossa . Entre nós ainda é possível aceder a ser livre como um passarinho nos vastos horizontes regionais . È importante que se saia deste estado de amolecimento na demanda de um emprego, preferivelmente no estado, vitalício, com muitas regalias e pouco esforço . sem perceber que , com um mínimo de garra ,poderia aceder a uma vida activa e cheia de dignidade como é o ser-se agricultor .Nesse domínio ,o Congresso poderia ter sido mais útil em termos de pedagogia laboral Francisco Pândega

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