17.2.05

CAVACO SILVA e o Alentejo profundo

Não me esforço por perceber as opiniões Cavaco em relação ao PS .Analiso ,sim , a acção desta abominável personagem , em relação ao Alentejo ,para concluir :------ Evidentemente que a reforma agraria ,tal como foi instaurada , foi um erro .Contudo poder-se-ia ter convertido numa agricultura individual de dimensão humana e, a partir daí , dar-se nova vida ao Alentejo , tal como fez a vizinha Estremadura .Mas não. Essa desprezível criatura optou pela devolução de tudo aos detestáveis latifundiários ,ou seja o retorno aos responsáveis pela devastação social da nossa região . O resultados foi a instalação de uma gravíssima crise sócio-económica ; um crescendo do êxodo , e consequente depovoamento , das gentes autóctones ; a depredação dos fundos comunitários ,; enfim ,a mais grave crise existencial dos últimos tempos .O governo desta incrível criatura coincidiu ,precisamente, quando mais se necessitava de um governo com sentido patriótico que privilegiasse o uso da terra (não importa a passe ) por parte daqueles que vivem dela e para ela . Foi o inverso que aconteceu .O chão sagrado alentejano, ao ter voltado à posse dessas famigeradas criaturas ,iniciou um ciclo de apressada transferência para os espanhóis que o mesmo será dizer a transferência , da nossa, para outras soberanias .FP.Do blog---- alentejoagrorural.blogspot.com

16.2.05

CARO AMIGO --falando de Cavaco Silva

Não tenho a honra de o conhecer para , pessoalmente, melhor lhe agradecer o seu comentário .
É verdade que neste mesmo blog ( alentejoagrorural.blogspot.com) , ao falar da acção governativa de Cavaco ,deveria tê-lo feito com uma adjectivação mais comedida. Deveria reconhecer que há pessoas, porque destituídas de sensibilidade para os problemas agro –rurais , não sabem quão nefasta foi a sua acção agro-fundiária , no pós reforma agraria Não sabem ,pois , quão difícil é contermo-nos ao referirmo-nos a ele.Sucessor de Sá Carneiro não podia ,deste forma , alegar desconhecer a solução para o Alentejo já que aquele saudoso político havia-a legado .Preferiu optar pela retoma de um passado agro-fundiário que foi , e continua a ser , a razão dos nossos males e que nos está a conduzir para a perda da soberania , deste precioso naco, que é o nosso Alentejo .

Como alentejano rural , agricultor directo , que nos anos cinquenta viu interrompida a sua permanência ,nesta que é a nossa região ; que durante um quarto de século de ausência carpiu, transido de saudades , daquele sofrimento que nos prostra de dor ., leva-me a não abdicar de denunciar , aqueles que claramente estão na origem da injusta situação porque passa a nossa região tentando advertir outros a que evitem que lhe aconteça aquilo porque eu passei .Com o único objectivo de lembrar aos nossos filhos que ,agora que há liberdade de expressão e acção , podem e devem ser mais eficazes do foi a minha geração

Sabendo da enorme capacidade agrícola , claramente subaproveitada , da nossa região que assim permanece devido a esta injustiça fundiária , tenho o direito denunciar quem obstaculize a persecução da função terra como factor de bem estar rural
.È que fiz parte , como seareiro (na casa de meu pai , já que então eu era ainda moço ) desses heróis que fizeram do Alentejo o celeiro do país ,nas herdades de alguém que , algures , procedia a mais vil exploração, até á extinção , daquela que foi a classe agrícola mais heróica, mais articulada com o meio que uma nação pode almejar

Sabido que a solução do Alentejo reside no estabelecimento de agricultores directos que povoem os campos ,tudo o que se possa fazer para favorecer a sua instalação deve merecer o nosso empenho .Ou , por outras palavras ,tudo o que se possa fazer contra quem obstaculize esse desiderato, é um serviço que se presta á nossa região

Em relação aos comunistas eu divido-os em dois grupos distintos :-- os trabalhadores rurais , essa classe de gente á qual tenho a honra de pertencer , que foi usada ,por revolucionários idiotas e sem escrúpulos , ao serviço de um colectivismo agrícola absurdo, senão mesmo infame , essa gente não sabe o que faz e muito menos não consegue entender as enormes ameaças que sobre si impendem
Os outros ,cuja acção se deveria circunscrever ao operariado das industrias da periferia grandes cidades ,longe dos campos , deve ser impedida de intervir no mundo rural alentejano
Esses e Cavaco Silva , porque objectivamente aliados , se bem que em campos opostos , constituem os extremos exacerbados e os maiores responsáveis pela actual situação do Alentejo .- Porque ambos , as duas faces da mesma moeda ,porque falsa , deve ser impedida de circular entre nós . Porque os causadores das dificuldades porque passamos , devem ser denunciados e prescindir das suas considerações , já que inadequadas para reconstrução deste despedaçado Alentejo.
e-mail--- www.fjnpandega@hotmail.com
Regionalização
Quanto a mim , a primeira decisão a tomar , logo que o PS aceda ao governo , será o estabelecimento da regionalização. Dado que a nossa região tem características especificas , irrepetitíveis em lado algum ,e porque graves ameaças impendem sobre a sua soberania , a institucionalização da região tem que ser urgente e a solução dos seus múltiplos problemas passar por nós
Urgente porque são enormes desafios com que estamos confrontados os quais ,por isso mesmo , não se compadecem com a morosidade de um referendo ,alem de que , por imperativo constitucional, ele é dispensável .Passar por nós porque , dada a especificidade dos problemas , aqui existentes , só nós temos o saber e querer para resolve-los .
Felizmente, para nós, dada a coincidência dos limites da região histórico/natural com os da região política/administrativa e ainda com os da CCR e das direcções regionais , nós temos a tarefa facilitada Ao que parece , outras regiões experimentam algumas dificuldades na sua implementação . Isso não deve, porem , afectar o nosso percurso .O nosso processo, podendo até constituir uma experiência piloto , é facílimo Mais uma razão para não ser postergado .Francisco Pândega
publicado no site PS-Évora –18.01.05
Voltando á regionalização ,com especial incidência no sector agrícola ,citamos o blog :-- alentejoagrorural.blogspot.com ,"Porem, as causas deste mau estar, no Alentejo, que derivam da estática posse da terra e do seu mau uso agro-social ,resultam num tabu como se tratasse de um tema sacrossanto que diaboliza quem o põe em causa"

Dispondo a região de tão vasto e riquíssimo território , sem que o mesmo faça parte dos projectos dos políticos ,como solução deste imenso atoleiro socio-económco para onde nos estão a empurrar ,só pode ser resultado do desconhecimento das suas incomensuráveis potencialidades ou receio de enfrentar o imobilismo aqui instalado
É um debate , com muito interesse , que tem que ser travado neste partido ,o único com condições de aceder ao governo e que tudo devemos fazer para que governe bem


publicado no site do PS-Évora-17.01.05
O desenvolvimento de Évora , assim como o de todo o Alentejo , passa pela estabelecimento da regionalização no conceito de subsidariedade que daí deriva .A partir daí desbloquear-se-á o sector agrícola base fundamental para um enorme desenvolvimento regional auto-sustentável . Os nossos filhos orgulhar-se-ão da nossa acção já que lhe legamos um Alentejo aonde mereça a pena viver .Francisco Pândega
R
O desemprego
Evidentemente que o presente governo está deixar armadilhada a governação O recurso aos subsídios de desemprego será uma solução provisória . O perdurável será desbloquear a economia , a nível regional , de forma a que cada região , de acordo com os seus recursos , possa resolver as situações dando prioridade ao auto-emprego
No Alentejo será por meio de desbloquear o uso da terra .cuja capacidade de auto-emprego é praticamente ilimitada . A fórmula deverá ser a defendida nesta blog sendo mais simples do que á primeira vista possa parecer. Francisco Pândega
A agricultura – uma solução sócio-económica perfeitamente ao nosso alcance
Com base na agricultura e na multiplicidade de actividades que ela potencia , a Extremadura , com uma superfície semelhante á nossa mas sem costa marítima , tem dois e meio milhões de habitantes que vivem plenamente a vida como ela deve ser vivida .
Sem custos , mas tão só com coragem , nós , no nosso Alentejo, poderíamos igualar , numa única geração , o elevado desenvolvimento dessa a outra metade do Alentejo natural ( a Extremadura ) .
Tal como uma poderosa locomotiva , a agricultura pode arrastar , atrás de si, tudo o que podemos imaginar :--- produzir produtos agro - silvo –pecuários , industrializando-os e comercializando - os ; ter uma famosa universidade vocacionada neste ramo da actividade , investigando, ensinando e divulgando o muito que o agricultura necessita; decuplicar a sua população com perfeita instalação e integração ;etc.
Com um clima excelente ,temperado , regular e previsível ; solos ricos e planos sendo totalmente agrícolas ; agua potável regularmente distribuída , quanto basta ; sem problemas étnicos / rácicos ; sem nada negativo , o que precisamos para ser prósperos ? Coragem. Somente coragem .. Blog-alentejoagrorural.blogspot.com---- fjnpandega@hotmail.com
Transcrito do site PS-Évora –18.01.05
Voltando á regionalização ,com especial incidência no sector agrícola ,citamos o blog :-- alentejoagrorural.blogspot.com ,"Porem, as causas deste mau estar, no Alentejo, que derivam da estática posse da terra e do seu mau uso agro-social ,resultam num tabu como se tratasse de um tema sacrossanto que diaboliza quem o põe em causa"

Dispondo a região de tão vasto e riquíssimo território , sem que o mesmo faça parte dos projectos dos políticos ,como solução deste imenso atoleiro socio-económco para onde nos estão a empurrar ,só pode ser resultado do desconhecimento das suas incomensuráveis potencialidades ou receio de enfrentar o imobilismo aqui instalado
É um debate , com muito interesse , que tem que ser travado neste partido ,o único com condições de aceder ao governo e que tudo devemos fazer para que governe bem .Francisco Pândega


Transcrito do site do PS-Évora-17.01.05
O desenvolvimento de Évora , assim como o de todo o Alentejo , passa pela estabelecimento da regionalização no conceito de subsidariedade que daí deriva .A partir daí desbloquear-se-á o sector agrícola base fundamental para o desejável desenvolvimento regional auto-sustentável . Os nossos filhos orgulhar-se-ão da nossa acção já que lhe podemos vir a legar um Alentejo aonde mereça a pena viver .Francisco Pândega
Alentejoagrorural
E a cidade e os campos



1---- Comenta-se , entre quem tem alguma sensibilidade para questões sócio - económicas ,o facto da Extremadura espanhola , sendo a mesma região natural do Alentejo , com sensivelmente a mesma área , sem as vantagens do acesso ao mar e que há sete décadas era, em tudo, equiparada nós , ser hoje uma economia próspera ao contrario da nossa incrivelmente debilitada . A explicação está na sua opção pela agricultura para onde converge todo o seu esforço Desenvolve-se exponencialmente quer em termos de produção quer de produtividade do qual resulta num bem visível bem-estar Ate no rosto das pessoas transparece um certo prazer de viver , contrastando com o nossos modos inseguros e acabrunhados Essa forma de estar traduz-se em vantagens demográficas cuja população já ascende ao quíntuplo da nossa .È ,de facto, um exemplo de sucesso que , por comparação com a nossa ineficiência , nos deveria fazer corar de vergonha

2---- A Extremadura constitui-se ,.há algum tempo , numa região com autonomia administrativa que tem feito a sua grandeza .Enquanto que nós ainda discutimos se devemos ou não regionalizar a nossa região . Obtida a capacidade de intervir no seu meio, ordenou o seu espaço rural , de acordo com as necessidades locais .Nós ,Alentejo , sendo mais de metade do espaço agrícola nacional , somos representado por dez deputados num universo de duzentos e trinta .Ou seja são duzentos e vinte que não percebem os nossos problemas, não gostam de nós , não havendo forma de os convencer a cooperar connosco .no reordenamento rural , condição indispensável para o nosso desenvolvimento agro-social
A Extremadura foi palco , entre os anos trinta e sete /quarenta , de uma violentíssima e sangrenta revolução com reforma agrária associada . Obtida a paz e aproveitando as alterações fundiárias , atribuíram terras aos agricultores , povoando os campos Estabeleceu-se um plano de regadio a partir do Guadiana . Foi a solução adequada há época , potenciando sinergias ou seja uma multiplicidade de actividades destinadas á agricultura ou dela derivadas
.Contrastando connosco que tivemos uma revolução de cravos que ,embora tenha interferido a nível das grandes propriedades agrícolas , não tiramos partido dessa circunstância .Foi , pois , uma oportunidade perdida .

3---- Ao que parece o nosso mal tem sido o ter deixado debilitar excessivamente a comunidade rural residente .Com isso deixamos o campo aberto a um pequeno numero de grandes proprietários cujos propósitos são os seus interesses pessoais indiferentes ao desenvolvimento da região Para melhor se avaliar todo seu poder , ilustra-se com um facto passado entre Franco e Salazar O primeiro mostrava os planos de povoamento e irrigação da bacia do Guadiana espanhol de onde nasceu a ideia de Alqueva Entusiasmado ,Salazar convocou uma reunião com os lavradores alentejanos, em Beja , afim de lhe dar conta do seu projecto de desenvolvimento do Alentejo , obviamente a partir das terras deles .Não só obteve uma recusa peremptória de cooperação , como um enorme escarcéu em volta dos auto- proclamados sagrados direito á terra , tudo envolto em tais ameaças que levaram o velho ditador a desistir do projecto.
De fracasso em fracasso chegamos aos dias de hoje com uma Alentejo fragilizado , uma população que tem debandado e a perda irreversível da comunidade rural da década cinquenta .

4-----. ----- È por causa desta e doutras incapacidades da administração ,que situação política é absolutamente adversa a produção .Podemos até caricatura-la ,sem grande exagero ,assim:--- Uma população que abomina o mundo rural e se refugia nos povoados preferencialmente nas maiores cidades .Vive em função das receitas de empregos no estado , das reformas , da segurança social ou de actividades particulares destinadas a manutenção desses mesmos grupos sociais . Deixando os campos na posse de um reduzido numero de herdeiros ou adquirentes /especuladores , agora que o filão da PAC está a esgotar , vão procedendo á sua alienação para os desenvolvidos espanhóis ,com uma economia sólida e necessidade de se expandirem .
Desta forma , instalados nos povoados , não percebemos o que nos está acontecer nem sequer somos capazes de avaliar o quanto está em causa .
O pior será quando a torneira que viabiliza essa vida citadina começar a fechar e concluirmos que há vida para alem do ciclo restrito das cidades Depois é só constatar que do nosso alheamento resultou na ocupação do nosso espaço vital para onde temos que ir ao serviços de outrem . Nós ,os que já estivemos emigrados , sabemos como é . Os que não tiveram necessidade de ter saído , vão ficar a saber .Depois não se queixem FRANCISCO PANDEGA
O bom desempenho de Sá Carneiro ,no que se refere ao reordenamento rural do Alentejo , deve-se ao facto de existirem leis anteriores da autoria do PS ( lei 77/77 e dec.lei nº111/78 , Mário Soares /António Barreto) .Com base nelas e num curto lapso de tempo , desactivou as UCP/PCP e instalou cerca de 3000 novos agricultores Enfurecidos , os latifundiários , aliaram-se ,tal como hoje , ao PCP afim de impedir este tipo de reestruturação fundiária .

Sucedeu-lhe a dupla de tão má memória , Cavaco Silva /Alvaro Barreto . O primeiro , um homem arrogante e sem inteligência , não só substituiu a legislação vigente como deixou em roda livre o seu detestável ministro da Agricultura (Álvaro Barreto) Este, a divorciar-se para casar com uma viuva rica , transformou-se no mais enfurecido latifundiário A paragem da instalação do novos agricultores , a alteração dos contratos vigentes, as negociações com a PAC , foram a sua ignóbil obra .

Hoje, o PS , o único partido capaz de aceder ao governo , está pronto para fazer novas leis agrícolas , ,, eficazes como as de Mário Soares , mas há luz de novas realidades :--- a globalização que implica uma outra atitude agrícola ,; estancar a colonização agrícola alienígena , que para aqui acorre como se isto fosse um El Dourado ,sem instrumentos de contenção .Para tal têm que ser usada a fiscalidade com critérios estruturantes ; e não for suficiente reimplantar um eficaz condicionamento pela restauração do aforamento ou enfiteuse ,leis agrícolas com muitos séculos de excelestes serviços no Alentejo
Nós , não podemos permitir que os nossos filhos debandem , do Alentejo , para ir gerar a riqueza de outros enquanto o nosso espaço está a ser adquirido de uma forma sub-reptícia O Alentejo é nosso e chega para todos .Francisco Pândega
Alentejo agro-rural
E Sá Carneiro

Em 4 de Dezembro 1980 ,morreu Sá Carneiro ..Agora vem-se a saber que foi assassinado. Importa analisar a sua acção , na região Alentejo ,certos de que muito do que foi a sua intervenção ,se podem extrair ensinamentos com aplicação na actualidade .

1---.Não sendo alentejano , mas talvez por isso mesmo , não estava conluiado neste emaranhado de interesses fundiários ,aqui usuais , nem vergado á suserania que estas poderosas famílias impõem . Jurista , livre e desinibido, incrementou a aplicação das duas leis, em vigor então , da autoria do PS , no tempo de Mário Soares e António Barreto
.A primeira , lei nº77/77 , impunha a devolução de uma reserva aos proprietários no máximo de 50.000 pontos (entre 100 e 300 ha aproximadamente e conforme a qualidade dos solos ) e expropriava a favor do estado a remanescente . A segunda , o dec .lei nº111/78 , aprovava a entrega de terra para uso privativo a novos agricultores Dois excelentes instrumentos jurídicos que , ao dispor deste ,que foi um corajoso político/jurista , seriam suficientes para retirar o Alentejo do atoleiro aonde estava atascado .
Sendo uma lei justa, numa região expropriada , era previsível que fosse aceite pelos visados Não foi isso que aconteceu . Antes pelo contrario o Alentejo ficou ao rubro .Ainda hoje ,nas Portas de Aviz, se pode ver uma inscrição mural que testemunha a irracionalidade da época :---.
--- Os donos das terras expropriadas queriam-nas todas de volta .Ficavam em pânico ao saberem que algumas haviam sido cedidas a novos agricultores já que , ao contrario das que permaneciam nas UCP, que sabiam ser uma questão de tempo para a recuperar ,as na posse de agricultores directos, numa situação de normalidade , jamais regressaria a suas mãos .
--- O PCP /UCP ,que se auto- proclamavam donos das terras expropriadas ,não percebiam que com esse absurdo colectivismo , estava a destruir a razão que assistia a quem reclamasse um reordenamento rural Os donos das terras e o PCP estavam irmanados no propósito de impedir a a instalação de novos agricultores , conhecidos por de Sá Carneiro .

2---- O trágico destino agro-fundiaria do Alentejo voltou a instalar-se ente nós ,Como que uma premonição que nos persegue ,quando tudo parecia que havia sido ultrapassado , a má sorte reaparece e instala-se até aos dias de hoje O saudoso político , que foi Sá Carneiro, parece ter sido contagiado pela nossa fatalidade Daí em diante outros governos ,outras ideias se seguiram :--- . Cavaco Silva ,chefe do governo; Álvaro Barreto ministro da Agricultura e primeiro negociador dos apoios agrícolas ; Arlindo Cunha , secretário de estado da agricultura ; Sevinate Pinto representante do ministério em Bruxelas .
,O trabalho de reorganização do espaço rural atras encetado foi invertido completamente ; a entrega de terras ao abrigo do 111/78 não só parou como os contratos concluídos foram alterados . .Mudou-se a legislação no sentido inverso .á da Mário Soares /António Barreto .; a concentração da propriedade agrícola aconteceu num ápice O desencanto do mundo rural reinstalou-se

Mais tarde ainda houve alguma esperança quando o PS acedeu ao Governo e Capoulas Santos tutelou o ministério. Condicionado por um QCA (quadro comunitário de apoio) que não fora da sua autoria, mas vendo-se vinculado a ele, conseguiu ainda, na área a irrigar por Alqueva, traçar medidas que caracterizam perfeitamente um outro projecto para o Alentejo; um outro estilo de governo ; uma outra visão para a nossa região. Novo governo ,presidido por Durão Barroso .Repesca-se o elemento que faltava do quadro dos ministeriáveis agrícolas da equipa de Cavaco Silva:- Sevinate Pinto. É preciso ter azar. Na linha dos seus colegas fez o pior possível inclusivamente anular todo o trabalho de Capoulas Santos Creio ser impossível fazer pior .Finalizou o seu mandato com a instauração do RPU (regime de pagamento único ).Uma vergonhosa entorse legislativa que perverte todas as regras da produção agrícola e justiça social, na medida que premeia o que de mais negativo se passou.

3----Não trabalhei directamente com Sá Carneiro. Mas colaborei nos os seus projectos por interpostas pessoas. Na defesa das suas políticas agrícolas no Alentejo , ao lado de Francisco de Sousa Tavares . Político e parlamentar brilhante e primeiro deputado pelo Alentejo (Évora ).Também na delimitação e caracterização do Alentejo (conhecido por regionalização ) e, por fim , num trabalho de ordenamento do espaço rural visando o repovoamento das terras que se pretendia serem retiradas á colectivização já que a extinção das UCP estava a ser conseguida Tratava-se de um projecto idealizado por Sá Carneiro . e executado sob a orientação de Ribeiro Teles e Cruz de Carvalho , com base num protocolo assinado entre a Universidade de Évora a CCRA e DRAAL . Daí que , ao enaltecer a acção de Sá Carneiro em relação ao mundo rural alentejano, saiba do que falo.
Uma conclusão se pode extrair do atras exposto :--- Uma excelente lei da autoria do PS ( Mario Soares /António Barreto), executada por um político corajoso , deu ao Alentejo um alento verdadeiramente transformador .
Aproximam-se eleições legislativas. O partido que legislou com tanta eficácia é hoje composto por uma plêiade de personalidades igualmente determinados , hábeis e corajosos ,com capacidade de legislar e executar , de acordo com uma visão moderna das necessidades do mundo rural . Como sempre, mas hoje mais do que nunca , a solução dos problemas da nossa região está nas nossas mãos .FRANCISCO PÂNDEGA (blog—alentejoagrorural.blospot.com)
E O RPU (Regime de pagamento único)
Trata-se de um novo subsidio aos agricultores, a pagar anualmente de uma só vez, (único) de acordo com os recebimentos no triénio 2000/02. (histórico) que irá ser processado, sem a obrigatoriedade de produzir (desligamento), sendo vendáveis a terceiros.

1 ---- Com um clausulado muito complexo, porque irracional; difícil de perceber porque absurdo; uma enormidade porque envolve pagamentos em alguns casos de largas dezenas de milhares de contos, a alguns agricultores, com base em superfícies já subsidiadas; inusitado, já que é um pagamento que não tem como contra partida qualquer produção; com a agravante de ser com base (caso dos cereais) em produções imaginarias. Abrangendo um leque diversificado de culturas e animais, ele incide muito especialmente sobre o trigo, com especial incidência no trigo rijo de regadio.

.a) Não é possível apurar quanto foi o trigo colhido de regadio ou de sequeiro das variedades moles ou duros individualmente. Tendo em conta a situação actual, que não difere muito da de referência, já que ainda não foram divulgados os números desta operação, estima –se que foram semeados cerca de 160.000 ha e efectuada uma colheita média anual inferior a 250.000 toneladas.Ou seja:- houve uma produção media há 1.500Kg/há que foi vendido a 25$00 Kg, destes, 24.000 ha, foram de rijo de regadio o eleito para uma subsidiação mais substancial na ordem dos 140.000$00 /ha. Como o valor da produção por hectare foi de (1500 kg x25$00) 40.000$00, temos uma diferença, para menos, entre o valor da produção e o do subsidio, de cerca de 100.000$00 Uma incongruência inaudita, mas que serve de base á nova subsidiação por tempo indeterminado, o que é de difícil compreensão. Isto vai afectar gravemente a imagem dos agricultores que já de si com fama de devoristas de subsídios; do estado que beneficia um o tipo de produção errada; da UE que não sabe o que anda a fazer.

b)--- Privilegia-se o trigo de regadio sabendo-se que é uma cultura de Outono/Inverno, logo não irrigável já que as Primaveras normalmente têm vindo molhadas. Além disso, para uma produção tão baixa em que o eventual acréscimo de sequeiro para regadio é insignificante, só para exibição a rega se justifica. Numa cultura de tão baixa valia ao hectare, nem sequer paga a deslocação do equipamento quanto mais os custos da bombagem e os estragos resultantes da “acama”.
Não se usou igual critério para o tomate e a beterraba.Essas sim, culturas da Primavera/Verão, que requerem grandes quantidades de agua e assíduas regas, sob pena de nada se produzir.
Até mesmo aquilo que é fundamental para o Alentejo que é a agro-silvo-pastorícia, tem uma subsidiação insignificante comparativamente ao trigo de regadio quando seria aí que deveria ter incidido já que é o sistema com provas dadas de auto-sustentabilidade económica, perfeita adequação á região, e da qual resultam produtos de qualidade sem danificar o meio ambiente, designadamente o montado. É garantido que é neste sistema que irá assentar o futuro agro-rural do Alentejo, é com base nele que o Alentejo irá ter o seu lugar neste mundo globalizado de livre comércio dos produtos agrícolas. Tê-lo preterido , em relação aos outros , denota desconhecer qual a vocação ecológica da nossa região

2--- Esta é uma daquelas questões que desacredita todos os envolvidos sendo das que dão origem ás preocupações de alguns responsáveis perante os baixíssimos índices de produção e produtividade, impróprios de uma região agrícola de tão elevadas potencialidades sobre a qual se tem despendido tantos subsídios; é por estas e outras razões que a comunidade europeia se interroga acerca do destino dado aos muitos milhões, para aqui vindos, mas que não tiveram a necessária correspondência no desenvolvimento agro-rural; deriva daqui a falta de dinamismo e pobreza de se instalou nos desolados campos alentejanos onde não há espaço para o exercício da actividade agrícola feita de uma forma livre de suseranias tolhedoras; reflecte-se no índice de povoamento e no vazio dos campos acabando por as gentes se acolherem na cidade já que nos campos, se bem que infindáveis, não há lugar para eles.

3--- Tanto quanto se sabe, esta fórmula de RPU é da exclusiva responsabilidade das entidades portuguesas. Poderia ter-lhe sido dada outra configuração e ser diferida no tempo, não o foi, havia pressa. O resultado é excelente para uns tantos, mas mau para a região. Há, porem, algumas clausulas que podem ser melhoradas, estou a referir-me àquelas que prevêem a retirada de uma percentagem destinada á agricultura biológica, outra para a reserva nacional, assim como o regresso á dita reserva logo que os subsidiados deixem caducar esses direitos.
Poderiam ser mais eficientes e com isso dar algum alento ao mundo rural. Poderiam melhor contribuir para o povoamento da região com base na comunidade rural tradicional nos inúmeros jovens com formação agrícola que anualmente saem dos locais de ensino. Para tanto deveria ser usado o teto máximo assim como a modulação degressiva, tanto em uso ao nível comunitário.
Desta forma seriam atenuados os maus aspectos que o actual regime contem.

Francisco Pândega
Fpandega@hotmail.comBlog:--- alentejoagrorural.blogspot.com
Alentejo agro rural

E OS NOVOS DESAFIOS

1----- Salvo três curtos lapsos de tempo, nos últimos trinta anos , toda a política agrícola alentejana ,quer de âmbito nacional quer nas negociações da PAC ,tem sido descaradamente favorável aos grandes donos de terras , em detrimento da exausta classe dos pequenos e médios agricultores .
Não obstante esses grandes proprietários rurais serem somente 5% , da totalidade dos agricultores alentejanos , o seu poder , em instancias governativas , é tanto que conseguem que toda a política agrícola se concentre na defesa dos seus interesses Não importa que , se bem que detenham ¾ da superfície alentejana, a produção regional seja miseravelmente pequena ; que ,apesar disso, obtenham mais de 90% dos fundos comunitários ; que detenham a quase a totalidade desse precioso recurso natural que é a cortiça ;que sejam os responsáveis pelo assustador despovoamento do Alentejo ; que continuadamente prossigam a transferencia de largas áreas do espaço regional , para a posse de estrangeiros . Nada disso importa . Importante , sim , é que toda a máquina estatal se concentre na defesa dos seus interesses os quais , tendo em conta a função social que deriva da terra , tornam-se de questionável legitimidade.


2---. Geralmente as decisões , em relação ã agricultura , revestem-se de uma aparência de imparcialidade senão mesmo de defesa dos pequenos agricultores .Escaldados como estamos diz-nos a experiência que “galinha a pastor é porque ambos estão doentes “ .Daí a nossa descrença .E com razão. Senão repare-se :---
a) --Os trabalhos da barragem de Alqueva foram retomados e estão a avançar em força. Ao que parece pretende -se antecipar a data prevista para iniciar a rega nalguns blocos Essa dinâmica, porem, não está a ser acompanhada pelas necessárias respostas ás inúmeras interrogações formuladas, quer pela comunidade rural local, quer pelos estudiosos na matéria.
Em vez de nos darem indicações da forma como compatibilizar o regadio ás condicionantes resultantes da nova PAC , que vai deixar de prestar ajudas directas , e á OCM ,que mundializa o comercio de produtos agrícolas ,dizem-nos que vão fazer a ligação á conduta de rega (chave na mão ) às pequenas explorações ,reservando para as grandes que eles próprias a façam, ou não , as ligações ás referidas adutoras
Tão cândida proposta induz-nos pensar que há aqui uma intenção de ajuda aos pequenos agricultores em detrimento dos grandes .Parece mas não é . De facto isto significa que irão ser os pequenos ficar obrigados a regar , afim de amortizar o investimento, enquanto que os grandes proprietários permanecem expectantes , esperando pelas mais valias resultantes do envolvimento no plano de rega , para vender as terras a algum espanhol como, aliás , já o fizeram a cerca de um terço da área irrigável

b)-- Õ pagamento único significa que os agricultores vão receber um subsidio anual ,sem a obrigatoriedade de produzir , igual á media dos recebidos nos três anos de 2000/2002. Nisto está incorporado tudo o que produziu incluindo as áreas pagas para não produzir ; as superfícies forrageiras que o mesmo será dizer as áreas de pastagem não cultivada .Enfim , estamos a falar de muito dinheiro , que se vão receber anualmente , sem o incómodo de produzir. Esses direitos porque sua pertença como agricultores , podem ser vendidos só ou com a terra o que lhes vai proporcionar um acréscimo de valor muito substancial De fora fica a produção de alimentos , para a qual não há reservas estratégicas ,como aconselharia uma prudente governação .De fora fica a produção de alimentos , ficando-se ,neste importantíssimo domínio , dependente de outros que não perderam os hábitos de trabalho
Não satisfeitos com esta chuva de dinheiro a luta presentemente é para que esses direitos , em vez de individualizados , sejam pertença da propriedade agrícola . Parece uma petição inocente .Mas não é .É que , como há ainda os rendeiros que restam da acção de Sá Carneiro , que têm direito a esses subsídios , se ficassem pertença da exploração , como tanto lutam , acabariam ,por também estes ,lhes cair no regaço , já que estão prestes a ganhar a batalha da liberalização das rendas que o mesmo será dizer a expulsação dos rendeiros .Ao que parece não conseguiram demover a PAC . Mas já têm a promessa de que , logo que se consigam libertar -se de nós , mesmo sem o direito histórico a esses subsídios, o estado irá dar-lhe outros , da reserva nacional , que estão destinados á instalação de novos agricultores ,.Neste caso previsivelmente espanhóis que são quem tem apoios financeiros para lhes comprar as terras É assim há dois séculos .É por causa destas e de outras como estas que o Alentejo está como está

c)--- Reconhecendo que agricultura regional está um caos , pretende o governo reunir um grupo de sábios para discutir o problema e encontrar a respectiva solução , que o mesmo será dizer ,do Alentejo .Seria muito bem se se previsse honestidade de propósitos .A experiência já nos ensinou que nada de bom há a esperar . Neste caso há razões para isso .Porque sabem quem vai presidir a esse grupo de sábios ? Arlindo Cunha .Ainda se lembram quem é Arlindo Cunha ? Foi o ministro da agricultura que sucedeu a Alvaro Barreto e concluiu o trabalho de extinção dos rendeiros de Sá Carneiro
Temos algumas razões para pensar que nada de bom resulta Até porque estamos escaldados e “galinha a pastor, é porque os dois estão doentes “, daí podemos estar em presença da procura de legitimação para eliminar o pouco que resta desses e outros rendeiros

3— Nós estamos muito fragilizados porque desunidos .Incapazes de impor respeito á nossa dignidade, identidade e especificidade .Nós estamos em progressiva extinção como comunidade rural autóctone que somos
Há duzentos anos nós éramos um povo normal .Tínhamos as nossas courelas envolventes dos povoados ; baldios comunitários cuja área compreendia uma parte considerável da região ; por acréscimo éramos foreiros ou enfiteutas das terras pertencentes a nobres e ordens religiosas Com o confisco das terras das ordens e as dos adversarias políticos ,foram estas posteriormente vendidas a uma burguesia de Lisboa a troco de créditos que se diziam ter devido a empréstimos e fornecimentos ao falidos governo de então .Estamos a falar de 1835 ou seja já se sucederam cerca de quatro gerações de proprietários Os adquirentes desses bens nacionais ficaram ficaram conhecidos por "os devorestas .Mais tarde fomos espoliados dos baldios, acto que ficou conhecido pelo"esbulho". O passo seguinte foi a nossa conversão em seareiros e criados dos novos senhores e com isso o inicio do fim desta que foi uma próspera comunidade rural
A solução do nosso decisivo problema , passa pela urgente institucionalizarmos do conceito de região com os direitos que lhe estão inerentes .Depois é pura e simplesmente pormos a nossa casa regional em ordem . E os nossos irmãos extremenhos , sitos na outra metade desta que é a vasta região Alentejo ,(Alentago , para eles ) a quem felicitamos pelo seu bom desempenho na solução que conseguiram da sua reforma agraria dos finais da década 1930 , em vez de se aproveitarem da nossa ocasional debilidade , devem sim ajudar-nos a superar esta crise existencial

. Só assim, de igual para igual , poderemos ser suficientemente fortes para aproveitar as imensas potencialidade e especificidades desta que é a nossa comum região natural Podemos vencer os ciclópicos desafios que a nova ordem mundial , traduzida na globalização do comercio dos produtos agrícolas , se nos põe .Mas repito, de igual para igual e jamais de vencidos para vencedores .A nossa história comum assim aconselha .
Acho bem que as grandes superfícies possam vender não só combustíveis como produtos farmacêuticos e outros .Isto porque elas adoptaram , de facto , uma actividade comercial modernizada e diversificada , que trabalha em rede , do que resulta uma melhor adequação ás necessidades do consumidor Venceram a inércia do comercio tradicional ,absolutamente obsoleto em termos de estratégia e de horários ,,tendo que travar grandes lutas contra o imobilismo laboral . Por tudo isto não só sou favorável a que vendam combustíveis como a que outras entidades , tais como a função publica , sigam este exemplo de servir os consumidores de bens ou serviços em vez de utilizarem os empregos para se servirem a si próprios
fpandega@.iol.pt
Quais listas manuais ou informáticas , quais quê? Os conselhos directivos , de cada escola, é que têm que escolher os professores de que precisam e contratar com eles disciplinas e horários . A duração dessa prestação de serviço , será enquanto interessar a ambas as partes (professor e escola ).Só assim é possível ter professores eficientes que permaneçam na mesma escola durante uma geração fazendo parte integrante dessa sociedade aonde estão ministrando saber, ; só assim se torna possível excluir da actividade aqueles que não tenham vocação para essa actividade; só assim o nosso pais pode deixar de ocupar o vergonhoso lugar de ser o que gasta mais no ensino e o que obtêm piores resultados . Fpandega@.iol.pt---- .
UM GOVERNO ILEGÍTIMO

Este governo está a mais E ilegítimo porque introduzido á revelia da vontade dos eleitores. Santana Lopes, Álvaro Barreto , Paulo Portas ente outros e cada qual por razões diferentes , jamais ascenderiam á governação por métodos democráticos . Marcelo, que se transformou num comentador politico hábil ,conhecendo-os , não lhes dava tréguas logo a seguir ás frquentes asneiras governativas . Tornou-se ,assim, politicamente incómodo . Há boa maneira do antigamente ,elimina-lo tornou-se uma obsessão ..A fórmula é a de quem não olha a meios para atingir os fins. Acontece que os ouvintes dificilmente dispensam o comentário de Marcelo . O presidente da Republica não pode pactuar com este desvio á normalidade institucional .Ainda está a tempo de emendar a mão da insuficiência que foi ter anuído á sua ascensão , ao poder , pela forma como foi . Agora que o PS já resolveu o problema de líder, restabelecida a normalidade partidária , está na hora de Sampaio promover eleições legislativas afim de que tenhamos um governo legitimo saído da vontade maioritária dos eleitores . fpandega@.iol.pt----
E a GAMAlentejo
É assim que se designa uma das figuras do novo conceito de regionalização que inclui todo o Alentejo natural pelos actuais limites político/administrativos A sua efectivação tem-se revestido de alguma incompreensão ,quanto a sua unidade , por parte de algumas câmaras municipais Outras ,porem , mais sensatas e com uma visão mais abrangente , abarcam o muito que está em causa , mobilizando-se, na defesa da manutenção do Alentejo tradicional pelos limites actuais
Nem faz sentido ser de outra forma tendo em conta que o Alentejo é uma unidade geo-sócio- económica homogénea nos seus múltiplos aspectos :--- no meio, gentes, clima , paisagem coberto florestal ,,relevos ,sistemas agrícolas e até nos constrangimentos que nos tem conduzido a esta injustificada perda de população , baixa produção , produtividade e consequentes índices de pobreza .
O caminho mais fácil seria com base na actual CCRA obviamente dotando-a de uma administração democrática com base no poder autárquico . Não foi esse o entendimento ,em vez disso , procuraram-se outras vias , quiçá mais tortuosas , que poderiam conduzir a sua fragmentação tanto do agrado dos que aqui tem poderosos interesses mas que absolutamente insensíveis ao drama porque passa o Alentejo . Drama pungente de um povo que vê perder aquele fio condutor que deveria ligar a comunidade rural tradicional ás novas gerações de agricultores Mas a natureza das coisas tem muita força e mesmo por caminhos ínvios o Alentejo acabará unificado . Para tanto cito algumas câmaras que têm sido decisivas para o efeito :--- de Évora ao avançar com uma comurb (comunidade urbana ) ou seja o embrião da Gam ( grande área metropolitana --- mas que péssima designação !--- do Alentejo ) ,convidando os restantes quarenta e seis autarcas a aderir ; de Nisa que desde o primeiro momento defende a região Alentejo e que , devido ao facto de estar situada no limite norte , tem impedido que outros municípios se juntem a Castelo Branco o que seria uma união contra natura ; de Santiago de Cacem decidiu que faria parte da região Alentejo e porque separa Odemira dos concelhos de Girândola, Sines e Alcácer , impede que se forme um agrupamento separado do restante Alentejo Resta acrescentar a clarividência com que as Câmaras municipais filiadas no PCP , inequivocamente favoráveis ao Alentejo , contrastando com as câmaras PS do Baixo Alentejo que têm uma postura deveras preocupante
Em suma :-- . as que faltam aderir a este grande projecto são poucas e já não tem dimensão nem contiguidade para perfazerem unidades separadas daí o poder-se concluir “ que desta vez vai “É evidente que o bom senso tem prevalecido na grande maioria das autarquias alentejanas . As restantes , porque os seus autarcas estão a prestar um mau serviço aos munícipes, podem , no próximo acto eleitoral , ver-se substituídos no cargo A nova grande autarquia tem pela frente um Alentejo despovoado , exangue , empobrecido, submisso , sem a menor capacidade de reacção , submetido a mais despudorada rapina Ora, para debelar essas circunstancias , temos de enfrentar as causas por detrás das quais de acobertam poderosos interesses muito difíceis de controlar . Tarefa ciclópica frente á qual , todos juntos , não somos demais Todos juntos , dotados de intervenção fiscal e de gestão do espaço e do meio , podemos transformar o Alentejo numa terra aonde dê prazer viver . Com capacidade representativa em instancias transfronteiriças ,comunitárias e até ao nível da globalização e tendo em conta os colossais recursos naturais de que o Alentejo é pródigo, nós , numa geração apenas , podemos fazer do Alentejo uma região de invejável prosperidade A manutenção da região do Alentejo natural , com todas as prerrogativas que a lei confere , significa termos a voz e a vez que nos tem faltado para decidirmos o nosso destino . Significa , para a nossa evolução como povo , algo semelhante á obtida pelo homem quando começou a erguer a espinha , para a posição vertical , coisa que tantos de nós ainda não logrou alcançar ..FRANCISCO PÂNDEGA
CONGRESSO ALENTEJO
Intervenção de Francisco Pândega em Montemor o Novo
CD.4---3º painel---5ª Faixa--
Desde sempre fui agricultor no Alentejo , com um intervalo, de um quarto de século , no outro hemisfério .

1--- De uma certa vivência agrorural com outros povos , resulta uma visão espacial mais abrangente , permitem-me concluir , face ao imenso desafio da globalização , que a solução dos nossos problemas passa por uma rápida institucionalização da nossa região assim como da detenção dos poderes que lhe estão implícitos . Aliás o motivo principal deste congresso

1/a---- A globalização( OCM) é, principalmente , a livre circulação dos produtos agrícolas . De grande alcance socio-económico, acabará por reduzir a fome , preservar o meio ambiente e favorecer um intercambio universal dos produtos agrícolas O resultado acabará por se concluir numa maior interdependência entre os povos ,logo melhor entendimento e paz É uma inevitabilidade da época , que só peca pela demora, não merecendo a pena rebelarmo-nos contra ela
.Obrigará ,porem , a proceder a rearranjos agro -regionais muito grandes , para os quais temos de conseguir meios

1/b----A regionalização , e neste caso a delimitação e manutenção do actual Alentejo politico administrativo ( os 47 e sete concelhos ) , é a forma de nos integrarmos nesse mundo globalizado. Sendo o Alentejo uma região natural, com uma especificidade própria , irrepetível em parte alguma , tem as condições necessárias e suficientes para se constituir numa região perfeitamente viável globalizada
Para o efeito , temos que arranjar coragem para tomar de imediato duas altitudes aproveitando a pouca força anímica que ainda nos resta :-- um reordenamento fundiário ,que possibilite o repovoamento e a humanização do meio , assim como um rápido e bem estruturado plano de culturas e sistemas agrícolas afim de produzir alimentos baratos e de qualidade ,única forma de subsistir nessa concorrência

2--- Como autóctones , que somos ,de uma região,(ocupada desde 1835 , aquando da venda a estranhos ,das terras do Alentejo , em hastas públicas fraudulentas ) , temos o direito de nos indignarmos pelo facto de forças poderosas aqui instaladas , nos terem tirada a vez e a voz de intervir directamente no nosso espaço , e de nos terem feito perder , a muitos de nós , a noção da necessidade de aceder á terra
Esta situação é uma aberração que tem quer ser corrigida Tudo o que façamos nesse sentido , desde que de forma moderada , tem o aplauso de toda a gente .Aplauso sim mas não apoio factual . Coisa que não necessitamos nem desejamos Perdemos a razão se essa movimentação sair dos estritos parâmetros de um povo ocupado que luta pela restauração da sua identidade e dignidade perdidas Identidade essa que passa pela usufruição do seu espaço tradicional . FRANCISCO PÂNDEGA
CD.4----3º Painel ; 7ª faixa
Este debate , que tem decorrido de uma forma amistosa , tem tido duas componentes :-- uma das quais me agrada e outra que me preocupa .

1----Agrada-me o facto de a maioria dos presidentes de Câmara serem favoráveis á manutenção do Alentejo unificado Se bem que hajam alguns (poucos ,felizmente ) com posições indefinidos e outros claramente cessionistas . Essa postura fragmentária é por razões absurdas e inconsistentes . Convertidos assim a verdadeiros trânsfugas que , porque não atingirem o muito que está em causa ou por razões que a lógica desconhece , não estão á altura da incumbência que lhe foi consignada pelos munícipes .
De realçar a câmara de Nisa , na área de transição para as terras beirãs, pela sua altitude pro-região Alentejo. Assume especial relevo porque , interpondo -se entre as Beiras e o Alentejo, e porque as unidades territoriais precisam de contiguidade, essa interposição impede que certos municípios alentejanas se aliem ás beiras
E a de Santiago de Cacem , pro-Alentejo também e pela mesma razão, já que separa o município de Odemira , dos restantes do Litoral alentejano . Desta forma impedindo a formação do Alentejo Litoral o que seria um absurdo já que já que , porque faz parte integrante do território regional , tal como está , resulta numa valorização mútua .

2----- Decepcionou-me a forma como certos congressistas defenderam o trabalho por conta de outrem . Indo ao ponto ( tal a obsessão ), de mais parecer dizer dirigindo-se ao mundo do capital :--- “ tomem o Alentejo e punham-nos a trabalhar”. Depois lá vinha uma série de considerações sobre os direitos dos trabalhadores .
Estes homens não têm a menor noção do futuro laboral nem as possibilidades de alternativas existentes na nossa região.

2/a-----Não vêm que ,mais depressa do que julgam e ao contrário do que acontece presentemente ,trabalhar por conta de outrem , seja em que trabalho for , é uma forma desfavorecida de viver , quer durante a vida activa quer na reforma Aliás esta constatação já era conhecida ,entre nós , na anterior geração. Dizia-se então “ era preferível trabalhar com um escudo por conta própria do que por mil por conta de outrem “. Tendo em conta as relações laborais , de hoje em dia , com a deslocalização de empresas na demanda de operários menos exigentes , e as dificuldades orçamentais que afectam a segurança social , anda bem avisado quem se for cuidando

2/b--- Mas o mais absurdo de tudo isto é estar a acontecer no Alentejo e entre as suas gentes . Nesta imensa e riquíssima região , povoada por pessoas perfeitamente capacitadas para explorar as suas enormes potencialidades , pensar assim ,na nossa região , é revelador de que algo está errado entre nós .
Desbloqueando o sector agrícola , todos podemos aspirar construir os próprios empregos já que , no actual estádio de desenvolvimento , essas questões laborais ainda não se nos põem com a mesma acuidade do que nas regiões menos privilegiadas do que a nossa . Entre nós ainda é possível aceder a ser livre como um passarinho nos vastos horizontes regionais . È importante que se saia deste estado de amolecimento na demanda de um emprego, preferivelmente no estado, vitalício, com muitas regalias e pouco esforço . sem perceber que , com um mínimo de garra ,poderia aceder a uma vida activa e cheia de dignidade como é o ser-se agricultor .Nesse domínio ,o Congresso poderia ter sido mais útil em termos de pedagogia laboral Francisco Pândega
Alentejo agrorural
E O ALARGAMENTO DA UE

1--- São infundados os receios de que , devido ao alargamento da UE a novos membros e o consequente rateio das verbas comunitárias , a agricultura alentejana possa vir a ser afectada .Não. Não afecta nada .A estagnação agrorural é devida a nossa incapacidade de proceder a roturas com direitos aqui instalados .Daí que seja qual for o fluxo de capitais para aqui vindos , nesta situação fundiária , nada ,mas mesmo nada , resulta .A forma como os fundos comunitários têm sido prodigalizados na agricultura alentejana e porque aplicados nunca estrutura fundiária viciada , não têm a menor função reestruturante nem produzem os desejáveis efeitos no desenvolvimento rural Se a tamanho fluxo de capitais acrescentarmos um ainda maior resultante da sobrevalorização da cortiça (recurso natural que , se contabilizada a valia do subcoberto não tem custos de produção) que , até agora , tem atingido preços altíssimos , temos de concordar que o Alentejo é um sorvedouro de dinheiro mas que daqui se escapa não se sabendo bem para onde .

2----- Não se pode , porem , culpabilizar a PAC ( política agrícola comum ) deste inêxito agro-social regional Se não produziu os desejáveis efeitos isso deve-se somente á nossa inépcia já que a UE atribui verbas , mas deixa ao critério dos estados membros os pormenores afim de as adequar o ás especificidades regionais A Europa , a velha e sábia Europa , que tem sido flagelada por sucessivas guerras , e não obstante ser detentora de elevada capacidade tecnológica , não subvaloriza o seu mundo rural .Bem pelo contrario , defende-o , com desvelo, certo de que é aí que encontra a indispensável reserva alimentar e a fonte aonde vai beber identidade Esta velha e sábia Europa sabe que , depois das arrasadoras guerras , é aí se vai abastecer de forças e inspiração para se reerguer Essa postura , em relação ao mundo rural , contrasta diametralmente com a nossa já que o mundo rural alentejano tem sido uma coisa entregue a grandes proprietários rurais que se têm encarregado de nos reduzir á ínfima espécie em termos sócio-económicos e , consequentemente ,á subversão da nossa identidade Daí que criticar a UE , pelo esforço financeiro em prol do desenvolvimento do mundo rural ,é uma clara demonstração de má formação Grave , portanto , é não ter compreendido o conteúdo estruturante dos subsídios As directrizes comunitárias impunham que apenas fossem apoiados os agricultores a tempos inteiro ; limitavam o apoio a 90 toneladas de cereais ; a 90 vacas aleitantes ou a 700 ovinos , por cada agricultor ; os apoios ás medidas de natureza agro-ambiental , eram concedidos de uma formula modelada ( o equivalente aos escalões em termos fiscais ) com valores digressivos e um teto máximo bem definido Sem sensibilidade para o mundo rural preferimos tornar ilimitadas aquelas limites . A seguir foi um fartar vilanagem por parte de uma minoria detentores de vastas terras Enquanto isso a produção continuava a diminuir , a comunidade local a debandar , a acentuar - se a perda de eficiência por afastamento da actividade

3---- Não obstante esses efeitos , ainda é possível reverter a situação com os restos humanos do meio rural e com o aproveitamento de alguns jovens que saiam do ensino agrícola Para tal é preciso que se assuma claramente , uma postura diferente em relação á terra , designadamente :--- que nós somos os guardiães desse legado das gerações anteriores , tendo o dever inalienável do transmitir aos nossos sucessores ; a terra é o suporte físico sobre o qual se processa o exercício da regionalidade , como tal, ela não pode ser apossada nem usada, por um qualquer , como se de uma banal mercadoria se tratasse ; regulamentação do seu uso tem que ser feita de forma a privilegiar as famílias que , de uma forma efectiva e individualizada , sejam merecedores de a deter .Para tal , não é preciso mexer na posse , basta que se discipline o uso nem que para tal se tenha que repescar o aforamento ou enfiteuse , com muitos séculos de vigênciamas infelizmente abolido há três décadas Só assim estaremos prontos para enfrentar os grandes desafios com os quais já estamos confrontados , entre eles :-- a extinção dos subsídios directos á agricultura por incontornável pressão da OCM ; a mundialização do comercio dos produtos agrícolas aonde só tem lugar quem for concorrencial ; a incidência do imposto , modulado regionalmente , sobre o património imobiliário rústico ; etc. Estou convencido de que , se e quando estas regras estiverem em plena execução , um certo tipo de donos de terras que agora , perante a ameaça de um reordenamento agrícola , se escuda por detrás de um pseudo “ sagrado direito á terra” ,deixam de o fazer A terra não tem , para esta gente , um valor afectivo profundo .É antes ,sim , uma maneira fácil de obter receitas sem grandes riscos ; de engrandecimento social tantas vezes sem a correspondente valia pessoal ; e uma forma sádica de sujeição dos homens do campo .Daí que , perante a perda de receitas fáceis, ela rapidamente perca essa sacra virtude . Assistir-se-á ,então , á incrementação da sua transacção , como se de um vulgar objecto descartável se tratasse ,

4—Não é , pois , por causa da diminuição desse fluxo de subsídios á produção agrícola , resultante da partilha por novos membros ,que o Alentejo se desenvolve ou deixa de se desenvolver . O dinheiro , no actual quadro , não reconstrói o desejável ruralismo e é irrelevante em termos de estabilidade regional . O que é preciso é moralizar certos direitos adquiridos , de legitimidade duvidosa , condição indispensável para se encontrar o nosso lugar no presente concerto agrícola globalizado Para isso não é preciso dinheiro mas tão só algum sentido patriótico e coragem política Ver-se-á , então ,quão a nossa região é privilegiada .Que tem sido uma mentira grosseira , longamente acalentada , o dizer-se que ser agricultor é empobrecer alegremente . . O facto de o Alentejo ser principalmente agrícola é uma mais valia em vez de uma deficiência Com um potencial agrícola imenso e com possibilidade de produzir alimentos de alta qualidade , a actividade agrícola do Alentejo , em vez de o actual tormento , pode vir a ser um privilégio .E a vida dos residentes ,nesse Alentejo renovado , comparativamente com outras regiões , pode vir a ser paradisíaca .FRANCISCO PÂNDEGA
1----- Andei durante um quarto de século a trabalhar fora do pais . Logo , sei do que falo em ralação á produtividade no trabalho
È fácil atribuírem-se as culpas aos empresários pela ineficiência da empresas e pelos baixos salários dos operários . Assim como também não custa nada dizer-se que os trabalhadores portugueses , sendo excelentes no estrangeiros , deviam-no ser aqui igualmente aqui E, para dar consistência a essas afirmações , remata-se invariavelmente com o exemplo da auto - europa e da siemenes
2--- De facto instalou-se entre nós o hábito de diabolizar os empresários tantas vezes por razões que eles próprios também são vítimas. E enaltecer os operários esquecendo-se que , o nosso pais , desfavorece-os a ambos .Isto carece dalguma explicação por parte de quem tenha sofrido na carne o trabalhar por conta de outrem , na qualidade de emigrante , e numa outra fase também tenha sido empresário .
2/a)----Não me parece que os empresários portugueses sejam todos afectados por algum sindroma de maldade e desejo de exploração dos trabalhadores , como se pretende fazer crer. Alem disso e a ser assim , seria fácil a outros instalarem-se no ramo , com maior grau de eficiência , movendo grande concorrência afastando - os da actividade
Para alem de outras razões , parece-me que também uma parte considerável dessa falta de eficiência , pode ser resultante da nefasta e constante intervenção do estado que suga , com uma multiplicidade de impostas , e atrapalha ,com sádicas e exigências ,a actividade empresarial
2/b)--- Os trabalhadores portugueses , de facto, lá fora , são excelentes , ganham e poupam dinheiro . Fazem trabalhos violentos , incómodos e insalubres ,não regateiam horários não têm oportunidade de fazer greves , não faltam e andam direitinhos .Entre nós ,não raro ,são as empresas que proporcionam melhores vencimentos e regalias complementares ,aquelas em estes usam da grave com maior frequência

Há diversas razões para esse altitude de pouco empenhamento por parte dos trabalhadores .A mais grave certamente deriva do facto de perceber que , no nosso pais , não é pelo muito esforço que se atingem melhores níveis de vida . Tendo presente o exemplo da função pública aonde se ganha mais , quer trabalhe quer não ; se tem emprego é vitalício e promoções automáticas ; se tem reforma e assistência sem que para tal paguem coisa alguma , ja que as folhas de salários á incluem estas prestações .Nessas condições qualquer pessoas percebe que não é pelo trabalho mas sim pela sorte ou pelas cunhas ,que adquire melhor bem estar
2/c- Ao dar-se como exemplo aquelas duas grandes multinacionais ,visando diminuir os nossos empresários , não só em termos profissionais como no tratamento dos trabalhadores , é algo que não traduz toda a verdade . Ali as regras são trabalhar e dar rendimento . Os sindicalistas não interferem na gestão da empresa e as movimentações contestatárias dos trabalhadores são de imediato dissuadidas sob pena de despedimento . Têm regras muito próprias que não aceitam ser desrespeitadas .Sendo assim cá , com as empresas estrangeiras , imagine-se como será lá

3-- Posto isto algo está errado entre nós . Creio , porem , que o combate dos trabalhadores, para melhores salários e mais regalias ,não leva a nada . O mesmo não seria se essa luta fosse no sentido de obter condições para se libertarem do trabalho por conta de outrem Seriam mais consequentes na avaliação do seu próprio trabalho e um pouco mais tolerantes para com as empresas Estou convencido de que haveria mais ordem e paz social se entre nós fosse possível aos trabalhadores terem a alternativa a auto-emprego (e-mail:-- fpandega@iol.pt )


1----- Andei durante um quarto de século a trabalhar fora do pais . Logo , sei do que falo em ralação á produtividade no trabalho
È fácil atribuírem-se as culpas aos empresários pela ineficiência da empresas e pelos baixos salários dos operários . Assim como também não custa nada dizer-se que os trabalhadores portugueses , sendo excelentes no estrangeiros , deviam-no ser aqui igualmente aqui E, para dar consistência a essas afirmações , remata-se invariavelmente com o exemplo da auto - europa e da siemenes
2--- De facto instalou-se entre nós o hábito de diabolizar os empresários tantas vezes por razões que eles próprios também são vítimas. E enaltecer os operários esquecendo-se que , o nosso pais , desfavorece-os a ambos .Isto carece dalguma explicação por parte de quem tenha sofrido na carne o trabalhar por conta de outrem , na qualidade de emigrante , e numa outra fase também tenha sido empresário .
2/a)----Não me parece que os empresários portugueses sejam todos afectados por algum sindroma de maldade e desejo de exploração dos trabalhadores , como se pretende fazer crer. Alem disso e a ser assim , seria fácil a outros instalarem-se no ramo , com maior grau de eficiência , movendo grande concorrência afastando - os da actividade
Para alem de outras razões , parece-me que também uma parte considerável dessa falta de eficiência , pode ser resultante da nefasta e constante intervenção do estado que suga , com uma multiplicidade de impostas , e atrapalha ,com sádicas e exigências ,a actividade empresarial
2/b)--- Os trabalhadores portugueses , de facto, lá fora , são excelentes , ganham e poupam dinheiro . Fazem trabalhos violentos , incómodos e insalubres ,não regateiam horários não têm oportunidade de fazer greves , não faltam e andam direitinhos .Entre nós ,não raro ,são as empresas que proporcionam melhores vencimentos e regalias complementares ,aquelas em estes usam da grave com maior frequência

Há diversas razões para esse altitude de pouco empenhamento por parte dos trabalhadores .A mais grave certamente deriva do facto de perceber que , no nosso pais , não é pelo muito esforço que se atingem melhores níveis de vida . Tendo presente o exemplo da função pública aonde se ganha mais , quer trabalhe quer não ; se tem emprego é vitalício e promoções automáticas ; se tem reforma e assistência sem que para tal paguem coisa alguma , ja que as folhas de salários á incluem estas prestações .Nessas condições qualquer pessoas percebe que não é pelo trabalho mas sim pela sorte ou pelas cunhas ,que adquire melhor bem estar
2/c- Ao dar-se como exemplo aquelas duas grandes multinacionais ,visando diminuir os nossos empresários , não só em termos profissionais como no tratamento dos trabalhadores , é algo que não traduz toda a verdade . Ali as regras são trabalhar e dar rendimento . Os sindicalistas não interferem na gestão da empresa e as movimentações contestatárias dos trabalhadores são de imediato dissuadidas sob pena de despedimento . Têm regras muito próprias que não aceitam ser desrespeitadas .Sendo assim cá , com as empresas estrangeiras , imagine-se como será lá

3-- Posto isto algo está errado entre nós . Creio , porem , que o combate dos trabalhadores, para melhores salários e mais regalias ,não leva a nada . O mesmo não seria se essa luta fosse no sentido de obter condições para se libertarem do trabalho por conta de outrem Seriam mais consequentes na avaliação do seu próprio trabalho e um pouco mais tolerantes para com as empresas Estou convencido de que haveria mais ordem e paz social se entre nós fosse possível aos trabalhadores terem a alternativa a auto-emprego (e-mail:-- fpandega@iol.pt )


1----- Andei durante um quarto de século a trabalhar fora do pais . Logo , sei do que falo em ralação á produtividade no trabalho
È fácil atribuírem-se as culpas aos empresários pela ineficiência da empresas e pelos baixos salários dos operários . Assim como também não custa nada dizer-se que os trabalhadores portugueses , sendo excelentes no estrangeiros , deviam-no ser aqui igualmente aqui E, para dar consistência a essas afirmações , remata-se invariavelmente com o exemplo da auto - europa e da siemenes
2--- De facto instalou-se entre nós o hábito de diabolizar os empresários tantas vezes por razões que eles próprios também são vítimas. E enaltecer os operários esquecendo-se que , o nosso pais , desfavorece-os a ambos .Isto carece dalguma explicação por parte de quem tenha sofrido na carne o trabalhar por conta de outrem , na qualidade de emigrante , e numa outra fase também tenha sido empresário .
2/a)----Não me parece que os empresários portugueses sejam todos afectados por algum sindroma de maldade e desejo de exploração dos trabalhadores , como se pretende fazer crer. Alem disso e a ser assim , seria fácil a outros instalarem-se no ramo , com maior grau de eficiência , movendo grande concorrência afastando - os da actividade
Para alem de outras razões , parece-me que também uma parte considerável dessa falta de eficiência , pode ser resultante da nefasta e constante intervenção do estado que suga , com uma multiplicidade de impostas , e atrapalha ,com sádicas e exigências ,a actividade empresarial
2/b)--- Os trabalhadores portugueses , de facto, lá fora , são excelentes , ganham e poupam dinheiro . Fazem trabalhos violentos , incómodos e insalubres ,não regateiam horários não têm oportunidade de fazer greves , não faltam e andam direitinhos .Entre nós ,não raro ,são as empresas que proporcionam melhores vencimentos e regalias complementares ,aquelas em estes usam da grave com maior frequência

Há diversas razões para esse altitude de pouco empenhamento por parte dos trabalhadores .A mais grave certamente deriva do facto de perceber que , no nosso pais , não é pelo muito esforço que se atingem melhores níveis de vida . Tendo presente o exemplo da função pública aonde se ganha mais , quer trabalhe quer não ; se tem emprego é vitalício e promoções automáticas ; se tem reforma e assistência sem que para tal paguem coisa alguma , ja que as folhas de salários á incluem estas prestações .Nessas condições qualquer pessoas percebe que não é pelo trabalho mas sim pela sorte ou pelas cunhas ,que adquire melhor bem estar
2/c- Ao dar-se como exemplo aquelas duas grandes multinacionais ,visando diminuir os nossos empresários , não só em termos profissionais como no tratamento dos trabalhadores , é algo que não traduz toda a verdade . Ali as regras são trabalhar e dar rendimento . Os sindicalistas não interferem na gestão da empresa e as movimentações contestatárias dos trabalhadores são de imediato dissuadidas sob pena de despedimento . Têm regras muito próprias que não aceitam ser desrespeitadas .Sendo assim cá , com as empresas estrangeiras , imagine-se como será lá

3-- Posto isto algo está errado entre nós . Creio , porem , que o combate dos trabalhadores, para melhores salários e mais regalias ,não leva a nada . O mesmo não seria se essa luta fosse no sentido de obter condições para se libertarem do trabalho por conta de outrem Seriam mais consequentes na avaliação do seu próprio trabalho e um pouco mais tolerantes para com as empresas Estou convencido de que haveria mais ordem e paz social se entre nós fosse possível aos trabalhadores terem a alternativa a auto-emprego (e-mail:-- fpandega@iol.pt )
Alentejo agro rural
E A GLOBALIZAÇÃO
1----A globalização é , acima de tudo , um rápido processo de alteração das regras convencionais das transacções comerciais ,com especial incidência nos produtos agrícolas .Sob a designação de OCM ( organização comum de mercados ) teve inicio há dez anos no Uruguai ; avançou consideravelmente ,há cinco , em Doha ; ficando praticamente concluído , recentemente , em Genebra.
Só dez anos e hei-nos envolvidos no mais vasto e complexo processo de internacionalização de abastecimento de alimentos , de contenção da degradação ambiental e, enfim ,em tornar mais amistosas e interdependentes as relações internacionais . È , pois ,essencialmente agrícola , interferindo enormemente no mundo rural , aonde certas situações agrofundiárias, desconformes com o meio ,não têm lugar
E em relação a nós , detentores de uma região agrícola excelente , vastíssima e com uma identidade agro-cultural impar , que estamos a fazer para nos adequarmos á nova ordem comercial ? É uma resposta que tem que ser dada com a máxima urgência .
Como sempre , face a situações que requeiram coragem politica para alterar os direitos adquiridos , arranjamos uma desculpa para não agir . A de momento , a desculpa para manter o imobilismo é a de que “ tudo isto é injusto já que os produtos oriundos da globalização são manufacturados por pessoas com menos direitos no trabalho “. Como se esses tão apiedados adquirentes , ao compra-los , levassem em linha de conta se os direitos de quem os confeccionou estão ou não salvaguardados Convenhamos que , para alem de falta de coragem para enfrentar os problemas , há aqui uma elevada dose de hipocrisia
2--- É tempo perdido questionar se a globalização é boa ou má .Ela é irreversível Ela é um facto. .Melhor seria , portanto , que nos preparássemos para nos integrarmos nela .Aliás , sob o ponto de vista agrícola e tendo em conta a fome que vai pelo mundo , é uma inovação justa e de grande alcance político/social que só peca pela demora .
O abastecimento alimentar será melhor conseguido , quando :--- o trigo do Canadá ,circular livremente tornando o pão acessível a mais bocas ; o arroz , das margens alagadas por aguas mornas dos transbordantes rios africanos, abastecer os mercados internacionais em substituição do nosso que requer elevados gastos em hidráulica agrícola ; dos bovinos das pampas argentinas e do sul do continente africano, porque perfeitamente integrados na natureza , resulta carne de qualidade a baixos preços ,o mesmo se passando com os ovinos da Austrália e Nova Zelândia; as enormes quantidades de frutos ,das mais s variegadas espécies , abundantes e substanciais , praticamente espontâneos , na faixa equatorial ( bananas , anonas ,abacate ,abacaxis , mangas ,papaias ,goiabas ,etc.) que irão circular livremente e, com isso , melhorar consideravelmente a dieta alimentar de muita gente ; as hortaliças frescas , em épocas desencontradas , provenientes do outro hemisfério ,estarão na nossa mesa durante todo o ano, afastando os conservados no frio ou cultivados em estufas , tantas vezes á custa de produtos fitofármacos que , não raro, os tornam perigosos ; etc.
Para alem da questão alimentar ,desde que cada qual cultive de acordo com a natureza da sua região ,ou, por outras palavras, perca a tentação de produzir aqui aquilo que outros fazem melhor noutros horizontes ecológicos , todos os problemas alimentares e agro ambientais , terão solução .Designadamente :-- deixará de ser necessário o recurso ás grandes desflorestações com graves consequências climáticas , ao emprego massivo de pesticidas que afectam o ecossistema ; o uso de OGM , cujas consequências não ainda bem calculadas mas que a sua introdução ,no actual estádio de desenvolvimento ,pode ainda esperar ; entre outras .
3--- O problema , que tanto angustia o terceiro mundo , consiste no facto de , não obstante a Europa estar totalmente aberta á entrada de produtos agrícolas , estar dificultada a sua entrada porque entre nós há substanciais apoios directos aos produtos agrícolas através da PAC Quase tudo ,directa ou indirectamente , é subsidiado :--- cereais , carne , leite ,oleaginosas ,têxteis , açúcar e tabaco ,principalmente .
Vejamos um exemplo dos seus efeitos : - o trigo é vendido entre nós a 25$00 o kilo. Porem este preço só é possível porque o seu cultivo é objecto de diversos subsídios que vão para alem do dobro daquele valor Ora , com tais preços de mercado ,não é possível alguém fornecer trigo desde que , tal como acontece entre nós , não tenha sido altamente subsidiado .Nestas condições ,os países do terceiro mundo acusam-nos de distorcer as regras do mercado .Estão portanto impossibilitados de exportar. Sendo assim algo tem que mudar no sector agrícola .
Jamais porem deixa-lo fenecer A Europa (nesse aspecto nós não fazemos parte ) é intransigente na defesa do seu ruralismo .Daí que tenha vindo a proceder de uma forma persistente e continuada , no sentido da sua reestruturação a fim de manter as pessoas no campo quanto mais não seja como “jardineiros da paisagem “como se costuma dizer A sua capacidade industrial garante a troca por alimentos
Enquanto nós continuamos a recalcitrar pelo facto dos tecidos serem manufacturados por operários sem direitos ( fingindo desconhecer que o problemas é de comércio agrícola ), enquanto que aqueles preparam o seu mundo rural para resistir ao embate
Há quem entenda que essa cedência é devida ao receio da industria europeia ser preterida ou deixar de haver apoios nas relações internacionais .Não é. Isso não seria o suficiente para demover essa Europa (que não nós ) ciosa do seu mundo rural , a expô-lo á concorrência A verdade é que auto - suficiência alimentar , conseguida na Europa , foi á custa da intensificação agrícola da qual resultaram gravíssimos problemas de saúde pública ; as aguas superficiais ou subterrâneas quer fluviais quer marítimas estão gravemente inquinadas ; o meio ambiente em acelerada degradação; há ainda a questão da desertificação dos campos inaceitável para os nossos parceiros Face a isto a Europa vai ceder .Cede , não sem que antes tenha canalizado elevados meios ,de forma a salvaguardar a sua ruralidade
4--- Para quem pense que os seus efeitos vão demorar ,ou que estou a exagerar , faço notar que , só no ultimo decénio, em Évora , e por pressão dessa mesma globalização ,desapareceu o centenário centro de negócios de gado , que era a Praça do Geraldo ás terças-feiras . Essa forma de negociar foi transferida para as associações as quais , por sua vez , concentrando a produção ,negoceiam com as grandes superfícies a partir das quais se processa o abastecimento público ;Outro exemplo :-- a nossa produção ,que há dez anos satisfazia metade das nossas necessidades alimentares ,hoje está reduzida a um quarto. Quem tenha dúvidas atente bem nestes casos e daqui infira o que nos espera .È a globalização, na sua força imparável , que cilindra os negligentes
Face a isto uma interrogação se nos põe : --- Sendo o Alentejo uma imensa e riquíssima região agrícola , qual a nossa posição nesse mundo agrícola globalizado ? É simples ::---- Uma intervenção fundiária , coisa que só o estado pode empreender , que vise adequar , não só a dimensão das explorações como uma certa postura ruralista , á nova ordem de forma a que o espaço rural , para alem de produzir alimentos , se humanize e preserve paisagem .Que se crie , em vez da actual solidão dos campos, imprópria para a fixação das famílias , uma nova malha de povoamento que possibilite as indispensáveis relações de vizinhança ,a partir das quais se estabeleça um são e auto -sustentável ruralismo
Condições estas que urge implantar não em função da área possuída ou das necessitas de tesouraria de cada um , mas em nome de um são realismo agrorural .Só então é possível definir as grandes linhas mestras da nossa integração nesse mercado globalizado
. Conhecendo ,como conheço , a nossa incapacidade para enfrentar os arcaicos direitos presentes no Alentejo que remontam a 1835 ( aquando da venda dos bens nacionais -quer dizer das terras do Alentejo- ), e a mais completa abulia nas populações rurais ,uma interrogação se nos põe . Será que nós somos capazes ? Veremos .
.FRANCISCO PÂNDEGA ( e-mail.:-- fpandega@iol.pt )--
quinta-feira, 2 de setembro de 2004
Portugal Diário (02.09.04)
As razões que levaram Sampaio a manter a actual coligação , sem o respectivo presidente eleito ,não são conhecidas . Ao tomar a decisão que tomou não foi , de forma alguma, coerente .Bem pelo contrário já que , assim , mantêm um governo , não legitimado em eleições , no qual participa o líder do PP, personalidade que , por meios democráticos , jamais ascenderia ao governo . Por outro lado há aqui um senão :--- Se marcasse eleições logo a seguir seria primeiro ministro Ferro Rodrigues , pessoa que ,por razões de todos conhecidas , não tinha condições para governar . A solução melhor para o país seria , quanto a mim , ter destituído o governo mas mantendo-o em gestão por um período suficiente para que o sistema partidário tivesse tempo para marcar os seus congresso .Então o PSD , podendo até manter Santana Lopes e o PS , com novo líder (quiçá Vitorino ) , disputariam as eleições e que ganhasse o melhor


Intervenção no Congresso do Alentejo , em Montemor -o -Novo CD.4---3º painel---5ª Faixa-- Francisco Joaquim Nobre Pândega Sou agricultor no Alentejo , com um intervalo, de um quarto de século , no outro hemisfério .
1--- De uma certa vivência agrorural com outros povos , resulta uma visão espacial mais abrangente , permitem-me concluir , face ao imenso desafio da globalização , que a solução dos nossos problemas passam pela uma rápida institucionalização da nossa região assim como da detenção dos poderes que lhe estão implícitos . Aliás o motivo principal deste congresso
1/a---- A globalização( OCM) é, principalmente , a livre circulação dos produtos agrícolas . De grande alcance socio-económico, acabará por reduzir a fome , preservar o meio ambiente e favorecer um intercambio universal dos produtos agrícolas O resultado acabará por se concluir numa maior interdependência entre os povos ,logo melhor entendimento e paz É uma inevitabilidade da época , que só peca pela demora, não merecendo a pena rebelarmo-nos contra ela .Obrigará ,porem , a proceder a rearranjos agro -regionais muito grandes , para os quais temos de conseguir meios
1/b----A regionalização , e neste caso a delimitação e manutenção do actual Alentejo politico administrativo ( os 47 e sete concelhos ) , é a forma de nos integrarmos nesse mundo globalizado. Sendo o Alentejo uma região natural, com uma especificidade própria , irrepetível em parte alguma , tem as condições necessárias e suficientes para se constituir numa região perfeitamente viável globalizada Para o efeito duas coisas atitudes corajosas temos que tomar aproveitando a pouca força anímica que nos resta :-- um reordenamento fundiário ,que possibilite o repovoamento e a humanização do meio , assim como um rápido e bem estruturado plano de culturas e sistemas agrícolas afim de produzir alimentos baratos e de qualidade ,única forma de subsistir nessa concorrência

2--- Como autóctones , que somos ,de uma região,(ocupada desde 1835 , aquando da venda a estranhos ,das terras do Alentejo , em hastas públicas fraudulentas ) , temos o direito de nos indignarmos pelo facto de forças poderosas aqui instaladas , nos terem tirada a vez e a voz de intervir directamente no nosso espaço , e de nos terem feito perder a noção da necessidade de aceder á terra Esta situação é uma aberração que tem quer ser corrigida Tudo o que façamos nesse sentido , desde que de forma moderada , tem o aplauso de toda a gente .Aplauso sim mas não apoio factual . Coisa que não necessitamos nem desejamos Perdemos a razão se essa movimentação sair dos estritos parâmetros de um povo ocupado que luta pela restauração da sua identidade e dignidade perdidas Identidade essa que passa pela usufruição do seu espaço tradicional ..FRANCISCO PÂNDEGA

CD.4----3º Painel ; 7ª faixa Este debate , que tem decorrido de uma forma amistosa , tem tido duas componentes :-- uma que me agrada e outra que me preocupa .
1----Agrada-me o facto de a maioria dos presidentes de Câmara serem favoráveis á manutenção do Alentejo unificado Se bem que hajam alguns (poucos ,felizmente ) com posições indefinidos e outros claramente cessionistas , há uma maioria esclarecida São-no por motivos absurdos e inconsistentes , verdadeiros trânsfugas que , porque não atingirem o muito que está em causa ou por razões que a lógica desconhece , não estão á altura da incumbência que lhe foi consignada pelos munícipes . De realçar a câmara de Nisa , na área de transição para as terras beirãs, pela sua altitude pro-região Alentejo. Assume especial relevo porque , interpondo -se entre as Beiras e o Alentejo, e porque as unidades territoriais precisam de contiguidade, essa interposição impede que certos municípios alentejanas se aliem ás beiras E a de Santiago de Cacem , pro-Alentejo também e pela mesma razão, já que separa o município de Odemira , dos restantes do Litoral alentejano . Desta forma impedindo a formação do Alentejo Litoral o que seria um absurdo já que já que , porque faz parte integrante do território regional , tal como está , resulta numa valorização mútua .
2----- Decepcionou-me a forma como certos congressistas defenderam o trabalho por conta de outrem . Indo ao ponto ( tal a obsessão ), de mais parecer dizer dirigindo-se ao mundo do capital :--- “ tomem o Alentejo e punham-nos a trabalhar”. Depois lá vinha uma série de considerações sobre os direitos dos trabalhadores . Estes homens não têm a menor noção do futuro laboral nem as possibilidades de alternativas existentes na nossa região.
2/a-----Não vêm que ,mais depressa do que julgam e ao contrário do que acontece presentemente ,trabalhar por conta de outrem , seja em que trabalho for , é uma forma desfavorecida de viver , quer durante a vida activa quer na reforma Aliás esta constatação já era conhecida ,entre nós , na anterior geração. Dizia-se então “ era preferível trabalhar com um escudo por conta própria do que por mil por conta de outrem “. Tendo em conta as relações laborais , de hoje em dia , com a deslocalização de empresas na demanda de operários menos exigentes , e as dificuldades orçamentais que afectam a segurança social , anda bem avisado quem se for cuidando
2/b--- Mas o mais absurdo de tudo isto é estar a acontecer no Alentejo e entre as suas gentes . Nesta imensa e riquíssima região , povoada por pessoas perfeitamente capacitadas para explorar as suas enormes potencialidades , pensar assim ,na nossa região , é revelador de que algo está errado entre nós . .Desbloqueando o sector agrícola , todos podemos aspirar construir os próprios empregos já que , no actual estádio de desenvolvimento , essa questões laborais ainda não se nos põem com a mesma acuidade do que nas regiões menos privilegiadas do que a nossa . Entre nós ainda é possível aceder a ser livre como um passarinho nos vastos horizontes regionais . È importante que se saia deste estado de amolecimento na demanda de um emprego, preferivelmente no estado, vitalício, com muitas regalias e pouco esforço . sem perceber que , com um mínimo de garra ,poderia aceder a uma vida activa e cheia de dignidade como é o ser-se agricultor .Nesse domínio ,o Congresso poderia ter sido mais útil em termos de pedagogia laboral

E O MEU VOTO
O meu voto vai para José Sócrates Não é porque porque hajam assinaláveis diferenças , na defesa das questões sociais , entre os três candidatos .Deriva , sim ,da certeza de que Sócrates tem uma maior capacidade de intervenção política , condição indispensável para a dissipação da presente ameaça á manutenção dos actuais apoios sociais . Alem disso (e nisso todos estamos de acordo ) há que impor alguma disciplina no acesso aos apoios sociais .O ideal seria que existisse uma protecção social suficiente destinada simplesmente aos desvalidos da sorte .Para tal terão que se desbloquear as imensas potencialidades da nossa região, fonte praticamente inesgotável de emprego , quer na forma de por conta de outrem quer de auto-emprego. Só a partir daí ,então , se poderá expurgar a assistência social ,dos aptos a ganhar a vida com a certeza de que a desculpa da falta de alternativas , como acontece presentemente, deixará de existir Certo de que a justiça social será melhor conseguida ,eis a razão porque voto no candidato José Sócrates FRANCISCO PÂNDEGA
Sábado, 11 de setembro de 2004

A função pública é um autêntico rolo compressor . E o factor que mais contribui para o estado degradante em que o nosso pais se encontra :--- Esgota o orçamento nacional absorvendo fundos que impedem o desenvolvimento da iniciativa privada ; desmobiliza toda e qualquer iniciativa já que a maquina que em que se movem , porque obsoleta e burocrática , sendo o paradigma da inoperacionalidade ,impõe -nos as suas próprias regras ; destrói as pessoas que a integram já que viciadas nas reivindicações salariais , na demanda da comodidade e conforto , na corrida aos salários, promoções e subsidiações diversas ,levam-nos a esquecer que estão a servir uma comunidade e não a servir-se dela A solução deste monumental problema sabe-se ser transferência de poderes para as organizações particulares e autárquicas . Mas que fazer desta gente , que perdeu o saber e quer trabalhar , já que detentores de empregos vitalícios e inamovíveis e irresponsáveis , não necessitam de se esforçarem ou de se modernizarem para melhor servirem . Absolutamente incapazes de sobreviver numa auto-emprego ,tornam-se num fardo excessivamente pesado para a nação Este é o grande drama do nossos pais

5.2.05

PAULO PORTAS -erra

Do Disse o presidente do PP , em Montemor , a 04FEV05, que “ quanto mais se caminha de sul para norte maior é a implantação do PP e ,consequentemente , maior riqueza e menos comunistas” . Deduz-se ,por essa ordem de ideias , que a pobreza e comunistas, que há no sul, acabariam com uma maior implantação do PP

Tenho algumas dúvidas ,porem , que o PP tenha alguma influencia na situação ,de certa forma estável , presente no norte do pais . Mas sei que uma sua maior intervenção no Alentejo , aonde predominam os latifundiários e seus acólitos , funcionaria no sentido inverso ao do seu indispensável desenvolvimento. Fjnpandega@hotmail.com