1.11.09

AlentejoAgroRural

Uma região vencida mas ainda viva

1---.Hoje , mais do que nunca ,todas as regiões procuram incentivar a vinda de empresas industriais , comerciais e actividades terciárias , independentemente da sua origem , desde que portadoras de capitais e novas tecnologias .Porem , e contrastando com essa abertura, os respectivos mundos rurais , cada vez se fecham á presença de colonos reservando para a sua comunidade rural a usufruição do respectivo espaço rústico .Os povos , na sua suprema saberia , parecem definir duas áreas distintas ;-- uma , o mundo rural , para a manutenção alimentar e preservação dos seus valores histórico /culturais , e outra para o exercício das novas tecnologias onde emerge outro tipo de sociedade ,que se paute por outros conceitos vivenciais ,tão próprios dos aglomerados urbanos
O Alentejo , porem ,está a trilhar , nestes domínio , um percurso ao arrepio desta normalidade :---
.Os ocupantes do espaço rural alentejano, aqui instalados desde 1835 ,hoje transferindo-o para estrangeiros , impediram , e continuam a impedir o seu acessos por parte da comunidade rural autóctone e , com isso, travando a marcha do seu desenvolvimento .Por outro lado , visando a manutenção de mão de obra agrícola , barata ,eficaz, abundante e dócil institucionalizaram o condicionamento industrial impedindo que , em devido tempo, se processasse a instalação de industrias e ,com isso travando o progresso industrial n a nossa região

2----.Este tipo de constrangimentos ,já ha muito foram ultrapassados , por outros povos que , tal como nós , lutaram e correram riscos para os superar Os exemplos abundam:--
----Nós ,os que fomos agricultores em África fomos todos expulsos e os nossos bens sequestrados pelas populações locais a pretexto de que o espaço rústico era sua pertença .Temos pois uma apreciável conhecimento nesta matéria Fomos hostilizados por toda a gente Desde as comunidade indígenas que de facto tinham inteira legitimidade para tal fazer ; pelos nossos próprios concidadãos enviados do continente para garantir a nossa integridade física mas que o conceito de colono explorador das maiorias africanas levou a que muitos deles invertessem o seu papel ; todo o mundo bramava contra a nossa presença a que não seria alheio o desejo de nos suceder
Estranhamente , regressados a Portugal , mantinha-se a antiga colonização ,velha de duzentos anos , voraz impiedosa .Ha aqui uma estranha inversão de conceitos Lá éramos colonizadores a abater .Cá estamos colonizados por colonos incontestáveis
----No Brasil a compra de uma propriedade agrícola pode resultar o posterior aparecimentos de jagunços , equipados de forma convincente , reivindicando aquela mesma chácara sempre com inegável êxito,; na Europa aonde ha o mais amplo direito a transmissão da propriedade agrícola entre todos os cidadãos comunitários .o facto isso não se traduz em casos concretos ;
----A republica Checa, esteve ocupada , até há pouco, por pelos países vizinhos , na qual os alemães Sudetas estabeleceram uma colónia de alguns milhões de ocupantes Com a derrota dos alemães na 2ºguerra mundial os sudetas foram obrigados a regressar ás origens tendo-lhes sido confiscados os seus bens .Alias como nós em África o que significa que nessa domínio não estádios de evolução nem questões etnográficas Daí a dificuldade dos checos em se integrarem na comunidade europeia dado temer que as leis comunitárias protejam o regresso dos sudetas .Razão pela qual exigiram e obtiveram uma clausula de salvaguarda nesse domínio . Claro que isto , como demonstrativo de um afectivo desvelo pela terra , só lhes fica bem .Mas , por outro lado , fica-lhe mal prejudicar a restante comunidade mais a mais sabendo-se que a comunidade rural checa ,ao contrario de nós , tem capacidade dissuasora suficiente para impedir a instalação de seja lá quem for .Não era ,pois , necessário ter ido tão longe

3--- Passou , pois ,a época das colonizações O Alentejo é o único remanescente que ainda perdura nesse tipo de ocupação do espaço rural
O que está a acontecer entre nós é impossível de acontecer em qualquer outro lado em resultado de estamos debilitados estruturalmente É o resultado de duzentos anos de submissão de uma voraz exploração económica e moral que parece irreversível O ultimo sinal de inconformidade foi o 25 de Abril de 1974 .Teria sido uma rebelião triunfante se a solução alternativa não tivesse sido essa aberração colectivista , da exploração da terra , que deu azo a que a cleptocracia , há pouco vencida, se reinstalasse .Hoje ,transferindo rapidamente a posse da terra para mãos espanholas , e aceita com base no despudorado logro de que eles são portadores de uma tecnologia mais evoluída o que é absolutamente falso Daí que os nossos amigos extremenhos , possuídos de um estranho frenesim cooperante , em termos de iniciativas transfronteiriças, não consiguem acobertar o que os faz correr Melhor seria que esperassem que nós nos organizássemos e com isso extirparmos os factores que nos anulam , e então , depois , de igual para e igual ,em vez de vencidos para vencedores , encetarmos essas negociações de cooperação transfronteiriça
Seria bom que compreendessem os sinais dos tempos que vão no sentido de que não se deve intervir nos espaço rústico dos outros povos Nesse conceito se enquadram os campos alentejanos , palco e testemunho de feridas que ainda sangram
----Francisco Pândega (agricultor )/// fjnpandega@hotmail.com /// alentejoagrorural.blogspot.com------

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