20.10.08

AlentejoAgroRural

UMA SOLUÇÃO PARA A CRISE

1---A Islândia está a ser severamente atingida pela crise financeira e económica que afecta a Europa e ,em menor escala , outros países Ao ponto de , dado que a sua moeda deixou de funcionar como elemento de trocas , ter as reservas alimentares esgotadas ,aventado a hipótese de racionamento , falando-se mesmo de fome Quem diria que a Islândia , uma nação anglo-saxónica do bloco geográfico de que fazem parte a Inglaterra , a Irlanda , a Escócia , ,conhecidas pela solidez económica e estabilidade das instituições ,que chegaria a este estado .Surpreendente ,no mínimo , o que diz bem da gravidade crise ,por um lado , mas que ,por outro , indica que anda bem avisado quem organize o seu espaço rústico no sentido de acelerar a produção ,de forma a conseguir a auto-suficiência alimentar e providencie uma reserva estratégica de viveres .Quanto a nós é bom lembrar o ditado que “ Quando veres as barbas do vizinho a arder , põe as tuas a amolecer “As nossas , tendo em conta as baixas produções e produtividade agrícola , já estão chamuscadas .Nestas condições ,é preciso ter-se algum cuidado já que a solidariedade entre os povos ,quando a crise é generalizada ,nem sempre funciona em tempo útil.

2—Mas esta crise atinge umas nações mais do que outras e nestas uns sectores mais do que noutros .Os EE.UU da América , passada esta borrasca financeira , que pouco ou nada afecta o sector agro-produtivo conhecida a sua democraticidade e pragmatismo , regressam á normalidade quiçá mesmo fortalecidos Continuarão a ser descarregados barcos de trigo e milho enquanto tivermos valores para os pagar Aqui ao lado , a Espanha ,que foi seriamente afectada no imobiliário urbano , está a sofrer um abaixamento do poder de compra .Mas a sua economia agrária , porque próspera , continua montada e reanima logo que necessário Continua a exportar alimentos e vai recomeçar a expandir a sua área de produção.
Quanto a nós dizer-se que , devido ao facto de integrarmos os quinze do euro , não vamos ser atingidos como a Irlanda, é ser-se optimista impenitente .Mesmo que o euro se aguente , como elemento de troca entre as nações , nós , para comprarmos o mais de metade que falta para o nosso consumo , temos que ter euros disponíveis Para tê-los é preciso produzir e poupar , coisa que os nossos hábitos de novo rico se foram perdendo
Temos uma administração pública caríssima ,que retira da actividade privada os melhores de entre nós .Como se isso não bastasse agora os custos de produção estão acrescidos devido á exorbitância dos combustíveis ; as despesas dos imigrantes ao enviaram remessas para os seus países de origem ; assim como os custos de manutenção da ordem publica cada vez mais complicada

3--- Se as crises assim como as guerras ,são calamidades que importa evitar ,caso aconteçam também podem constituir-se numa oportunidade para fazerem , mais do que simples reformas , roturas com as formulas que obstaculizem a normalidade rural . Nas actuais circunstancias , e tendo em conta as colossais potencialidades agro-sociais do Alentejo , este pode converter-se na solução para a crise que nos atinge Basta arranca-lo da pasmaceira fundiária em que está mergulhado e traze-lo para a economia real
Acontece que isso tem que ser rápido .A nossa margem de manobra é cada vez mais escassa
Francisco Pândega ( agricultor ) fjnpandega@hotmail.com /// alentejoagrorural.blogspot.com

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