29.12.10

AlentejoAgroRural

Analisamos-lo

De uma prolongada ausência do AlentejoAgroRural resultam saudades profundas , daquelas que doem e nos prostram doentes ; analisado de longe , em contraste com outro meio e outros povos , conclui-se que se bem que lindo e aprazível , injusto e opressivo ; Conhece-lo bem para melhor o julgar e humanizar é a minha proposta com os votos de um bom 2011.Do blog --AlentejoAgroRural

1----Acho bem que o governo de entre 1985 /95 tenha integrado os rurais alentejanos nos esquemas de apoio social tal como acontece com os outros extractos sociais .O que não pode é subsistir a suspeição de que essa integração , no sistema de segurança social, tenha sido a moeda de troca para lhes retirar as terras e devolve~las aos mesmos a quem , anos antes , haviam sido expropriadas.

, a)---Acontece que este acto devolutivo perpetrado pelo governo há uma geração , está na razão directa de todos os nossos desaires regionais , designadamente :--- Despovoamento do território ; pobreza só atenuada pelos apoios da segurança social o que numa região de exuberante de riqueza bem indicia da opressão aqui vigente ; baixa produção e produtividade absolutamente injustificadas num povo , ate há pouco , detentor de uma capacidade de trabalho ate á exaustão ; perda de qualidade e incapacidade de assumir os desígnios agro-rurais por falta de pratica já que lhe é negado o acesso á terra onde se poderia manter actualizado ; ,adopção da hábitos urbanos que não se coadunam com a autenticidade rurícola ; a porta entre-abertura para a perda de soberania regional em relação aos nossos vizinho sinal de que a historia se repete .
b---Alegar-se que foi incompetência ou um momento de menor lucidez desse governo de tão má memória , não justifica tão mau procedimento , O caminho já havia sido traçado por anteriores governantes bem mais lúcidos e corajosos .Estou a falar de Mário Soares e Sá Carneiro .O primeiro , por meio da lei 77/77 traçou o que seria a reestruturação fundiária do Alentejo .Vista hoje , temos que concordar que Mário Soares ,alem de muito corajoso, é portador de uma correcta visão do futuro agro-rural regional O segundo pondo em pratica , por meio da lei 111/78 uma nova ordem agro-rural regional , lutando contra o PCP que defendia os seus redutos que eram a s Unidades Colectivas de Produção .Por outro lado em luta contra os donos do Alentejo que pretendiam retomar os seus poderes e com isso continuar na senda da destruição do Alentejo Foi uma luta insana contra tudo e contra todos .,inclusivamente sem o claro apoio alguns partidários mais próximos Éramos poucos os convictos nesta luta Entre eles sobressaiam Ribeiro Teles e Francisco de Sousa Tavares
c)--- Um dos motivos que levou esse péssimo governo a agir de uma forma tão ao arrepio de uma normal visão do problema foi o ódio visceral aos comunistas Logo, a forma de os punir , foi retira-lhe as terras e devolve-las aos latifundiários em vez de contemplar novos agricultores como fez o seu antecessor Sá Carneiro Esse infeliz governos nunca percebeu que estava a pactuar com duas mentiras :--Nem esse tipo de proprietários tem dignidade para usufruir o chão sagrado alentejano , nem os comunistas rurais são colectivistas
I) ---Os latifundiários do Alentejo ,os herdeiros dos devoristas de 1834 ,enriquecidos no rescaldo das invasões francesas , apossaram-se do Alentejo nos conhecidos leilões fraudulentos feitos por um governo a braços com grandes dividas e uma função publica afrancesada que não prescindia dos seus honorários Tudo assente sobre uma monstruosa falcatrua que ainda não foi julgada ;-- os campos do Alentejo eram explorados por foreiros cujos direitos foram anulados de uma forma unilateral e contraria lei então em vigor Os direitos foreiros , seus contemporâneos, que não foram objecto da sua cobiça , ainda hoje se mantém em vigor
II)---Os donos do Alentejo ,lá de longe , onde guardam os produtos da rapina aqui perpetrada , mandavam recados perguntando :--então os alentejanos já estão a invadir ? Tinham a alma pesada ,Estavam cientes de que a sua luxuria assentava na miséria dos legítimos dignitários das terras alentejanas .Nunca estiveram seguros
A dádiva do governo de 1985/95 foi uma surpresa com que já não contavam
E compreende-se que tenham problemas de consciência dado terem desalojando os residentes ; ; apropriado-se do poder administrativo / repressivo , braço armado dos seus torpes intentos Não introduziram nada de novo limitando-se a uma exploração vil e insana dos autóctones indefesos .Os sistemas agrícolas , animais de tracção as alfaias tradicionais e equipamentos foram sempre de confecção local ,As populações das aldeias sempre subalimentadas constituíam uma reserva de mão de obra eficiente , séria , dedicada e muito barata Usando uma força desproporcionada submeteram esta gente a mais vil servidão ao empobrecimento crónico , à perda de identidade e de dignidade Há feridas a sangrar .Há contas por ajustar. Isto não se faz
III)-----Os comunistas rurais , gente que se vê acantonada na aldeia perdendo todo o contacto com o seu espaço tradicional envolvente ,tais feras enjauladas, tem em si o gérmen da revolta Desde a nascença sabem que o seu destino é a servidão agrícola ao serviço de donos das terras tantas vezes meros egoístas , especuladores fundiários agricolamente incompetentes , senão mesmo portadores de uma estranha ferocidade característica de quem está com medo .Outros debandaram com o coração a sangrar de saudades .Os que ficam , mantêm-se em permanente estado revolucionário alimentados pelo PCP, Tal panela sob pressão sempre prestes a estoirar ,vingam-se votando , nas autarquias , em projectos utópicos ,sem solução exequível , mas que alimentam um recalcado ódio aos grandes agrários Ser comunista /individualista no meio rural alentejano é algo que se tem que compreender antes de julgar Será que alguém que se encontrasse nas mesmas circunstancias não exerceria o direito de se rebelar contra tal exclusão ? Evidentemente que sim Assim excluídos de exercer a actividade nas terras da freguesia , é de esperar que politicamente sejam tudo , mas mesmo tudo , inclusivamente comunistas.
Neste AlentejoAgroRural , cruelmente injusto , que vegeta num estado de putrefacção agro-social ,importa repescar as directrizes deixadas por Mário Soares /Sá Caneiro e deitar para os “quintos dos infernos” a solução do governo de 1985/95

3----O nosso pais esta a passar um mau bocado O termos tomados medidas erradas na geração anterior ditaram falta de produção e os vícios sociais que presentemente nos corroem nos conduzem a esta debilidade económica ,Não foram pulhices semelhantes a da Grécia que passou pela humilhação de lhe proporem a a troca de ilhas por financiamento ; nem a loucura financeira do sistema bancários Irlandês que está aflita não obstante ter sector agrícola bem organizado ,A nossa é mais grave e difícil já que assenta em vícios atávicos , obstruções sistemáticas , ,parasitismo endémico e direitos adquiridos que não vejo como elimina-los só com conversa A falta de produção e produtividade resultantes do bloqueio do sector económico especialmente no mundo rural alentejano são entraves de monta Elimina-los é imperioso Evidentemente que recorrendo as imensas potencialidades Alentejo ,é a solução
I---Para quem conheça o Alentejo somente nos aspectos turísticos que fique a saber ;--- O Alentejo ´é agricolamente uma das regiões mais ricas do mundo . Uma imensa planície , agro-silvo-pastoril de lés a lés ,,com uma área de trezentos milhões de hectares ,1/4 da qual a fertilíssima ,Agora , que o governo antecipou os regadios e , com isso , aumentado e diversificado consideravelmente a capacidade produtiva e consequentemente uma mais valia
---Ate mesmo cereais de sequeiro são viáveis , se enquadrados num sistemas de afolhamento/ rotações de culturas adequado a capacidade de uso de cada parcela, dado que , se bem com baixas produções unitárias os custos também são baixos dado que são repartidos pela mobilização da terra , beneficiamento dos montado , pastagem ,etc
---Veja.-se , por exemplo, a maior representante da nossa floresta autóctone (o sobreiro) :--a sua casca (cortiça ) é uma fonte de divisas colossal (três biliões de euros anuais , á saída da árvore ) com a lenha fazem-se anualmente milhares de camionetas de carvão ,; da lande engordam-se ,em cada época , muitos milhares de porcos de montanheira ; com a rama mantém-se os animais (vacas ovelhas e cabras ) no inverno ; e ainda dá seara e pastagem no sub-coberto Coisa mais rendosa não há
Foi insistentemente ensaiada a sua plantação em diversas regiões de África ,sempre sem sucessos . Lambem na Califórnia se recusou a sobreviver .Enquanto que aqui , entre nós , regenera espontaneamente Estranha fidelidade regional , não obstante os maus tratos que lhe infligimos
.Assim com tamanha produção interrogamos , para onde vai tanto dinheiro ? Não fica nenhum no Alentejo . É daqui rapinado , na totalidade, pela insaciável cleptocracia latifundiário dominante , aqui instalada desde há quase dois séculos a esta parte .
II----Como primeiro passo para a solução , importa repescar as medidas deixadas pelos estadistas atrás referidos (Mário Soares e Sá Carneiro ) Povoar o Alentejo por agricultores directos livres e efectivos como forma de acelerar produção agrícola e desincentivar aqueles que de fora olham para o Alentejo , detido por uma nação em dificuldades e proprietários destituídos da indispensável afectividade , como uma presa fácil para os mais torpes propósitos
A partir daí ,facilmente se consegue a autonomia alimentar anulando o deficit de sete biliões de euros anuais de importação de produtos agrícolas ; restaura-se a reserva alimentar para o que der e vier ; pode triplicarem-se as exportações de alimentos ,hoje na ordem dos três biliões de euros anuais Isto é só uma amostra . E digam la que nós não somos viáveis .
III---Uma advertência resultante da minha experiencial nesta matéria :---
Uma reestruturação fundiária nunca pode pôr em causa a posse da terra por parte dos actuais donos .Isso seria fazer o jogo deles , com querelas intermináveis , nas quais são mestres imbatíveis . Tem que começar por punir quem não atinja os padrões mínimos de eficiência na de exploração ; condicionar a alienação (arrendamento , venda , doação ) em beneficio dr quem não tenha a necessária dignidade para deter o solo pátrido ; , aplicação do fisco aos desvios as boas normas rurícolas . Numa segunda fase e definido o nível de exploração funcional ou ” à escala a do homem “ ,de acordo com a capacidade de uso dos solos , a parte remanescente, ser objecto de uma imposto progressivo/dissuasor
Todo o cuidado é pouco para se lidar com esta matéria .Estamos a ir contra os interesses de gente de muito dinheiro , poderosa e influente ,cuja imaginação , para subverter o desenvolvimento do Alentejo, é prodigiosa .
Francisco Pandega (agricultor ) /// fjnpandega@hotmail,com //// AlentejoAgroRural.blogspot.com

21.12.10

OS HOMENS DO ARADO

Atribui-se a um general austríaco a frase :-- “”se queres um bom soldado vai busca-lo ao arado”” Se visto , assim , com esta simplicidade , não é mais do que um ditado que enaltece um grupo social .Mas se considerarmos como o homem do arado aquele agricultor efectivo , livre ,que ara directamente a sua gleba ,em família ( nuclear e alargada) , plenamente integrado no seu meio ,comparticipando na malha territorial de famílias ,verifica-se que este oficial sabia do que falava.
É que o somatório desses homens do arado , corresponde , na a exacta medida , á superfície rústica de qualquer região. Logo, são eles , mais do que ninguém , os directamente interessadas na sua defesa Na nossa região esse tipo de relação , com a terra , foi devastado .Daí deriva o nosso drama regional resultante da ocupação do nosso espaço agro rural , por marginais á indispensável autenticidade agro-rural .O clamor geral , incitando-nos a proceder a alterações nas estruturas , nas quais se incluem as fundiárias , esbatem-se e perdem efeito dado irem contra o poderosos interesses instalados .A historia já nos demonstrou que os grandes proprietários rurais alentejanos são poderosíssimos Jamais se dominam por métodos normais .Prova-o o terem devastados impunemente toda uma comunidade rural cujo pilar-base seria o homem do arado F.P.

1.12.10

AlentejoAgroRural
e o
1º de Dezembro de 1640

1---Hoje é um dia destinado á meditação e , em resultado dela , para tomar medidas no sentido de melhorar a nossa situação agro-social Seguidamente seguir o melhor caminho , nesta difícil encruzilhada , tendo como guia esse farol que é a pátria . Assim unidos por um espaço geográfico , uma língua e uma historia comuns , que os nossos avós nos legaram, com a obrigação de a manter una e indivisível , nós continuaremos a ser livres e grandes .E nos momentos de indefinições e fraquezas ter como exemplo este dia em que nos libertamos da suserania espanhola e, como símbolo, “ o tirar do armário Miguel de Vasconcelos e atira-lo pela janela fora”.

2---Hoje , 360 anos depois de tão arrojado acontecimento e perante a grave situação económico /social que pode afectar a nossa soberania , devemos interrogar-nos ;-- que é o Alentejo e quem somos nós .
O Alentejo a velha Transtagana é uma unidade geo-sócio-económica perfeitamente definida homogenia no seu interior e diferenciada em relação ás regiões confinantes Com os seus circunstancialismos que a que a diferencia de todas as outras ,;com os seus problemas muito próprios que requerem soluções individualizadas ; e a suas especificidades resultantes das condições edafo-climáticas É este o a AlentejoAgroRural autentico , imenso ,rico e desejado por tantos .
Nós somos os sucessores dos povoadores fronteiros que conseguiram controlar razias , vindas de Castela , que antecederam a batalha de Aljubarrota ; somos os que na década a seguir a restauração , que hoje se comemora , cooperamos nas derrota das forças espanholas invasoras , em Elvas e Estremoz ; nós descendemos dos pastores transumantes , apicultores itinerantes ,caçadores e recolectores de frutos silvestres e plantas medicinais , que flagelavam os franceses sempre que estes faziam incursões fora de Évora .Nós temos uma valia muito nossa

3--O nosso pais , embora debilitado , ainda é independente Se bem que sob grave ameaça .Enquanto o Alentejo for nosso , temos possibilidades de ser auto suficientes alimentarmente e a partir do nosso mar obter vastos proventos piscatórios, turísticos e portuários .Com a auto-suficiência alimentar assegurada temos tempo para nos reorganizarmos e sermos prósperos dado que o problema base deixa de ser uma preocupação
,Assim consigamos coragem para proceder ás reformas estruturais no sector agro-fundiário .;a lucidez para nos libertar de ambiciosos que nos anulam ; força para controlar os direito adquiridos ,de duvidosa legitimidade , que aqui se perpetuam e constituem um insulto a toda a comunidade rural residente e a desonra de quem com eles pactua
Francisco Pandega (agricultor ) //fjnpandega@hotmail.com /// alentejoagrorural .blogspot.com

20.11.10

Disse o director da OCDE que “Portugal deveria taxar mais as propriedades”. Os espertos do fisco vieram logo com volumetria , vetusticidade Naquelas cabeças só há casas Para eles não há as grandes herdades que entre 1985 /95 obtiveram receitas colossais de fundos comunitários e da sobrevalorização da cortiça. Um imposto progressivo sobre elas traria receitas assim como uma função reestruturante .AlentejoAgroRural

19.11.10

ALQUEVA
“Se cooperardes no estabelecimento dos regadios , compro as terras , pago-vos -as e vou regar a Extremadura Se não confisco-vos -as ,prendo-vos e vou regar a Extremadura .Ameaçava Franco face a resistência dos donos das terras .Salazar , sabendo disto , convocou os latifundiários do Baixo Alentejo , no sentido de fazer os regadio de Alqueva .Ninguém sabe o que lhe disseram ,O certo é que o velho ditado nunca mais falou em tal .Ontem ,hoje
e sempre obstrutivos

17.11.10

OS AUTOCTONES
Nós ,os ex-fazendeiros de África , fomos, no Abril/74 , confrontados com uma a grande hostilidade por parte dos indígenas :---”Vai-te embora colono explorador que esta não é a tua terra” seguida de assassinatos e vandalismo .Todo mundo os apoiou contra nós.
Regressado ao Alentejo verifiquei que este está colonizado por gente ,esta sim , voraz e inumana , que visa a extinção da comunidade rural autoctone .Só esta, certa do apoio geral , o pode libertar .Evidentemente por métodos civilizados .
A CHAVE DA RURALIDADE
A agricultura tem duas componentes distintas :-- instrumentos para aligeirar e agilizar o trabalho ( tractores , rações medicamentos, electricidade , informática ,etc ,) de uso universal .E o meio com os seus sistemas ( calendário agrícola , maneio de gado , mobilização dos solos ,articulação com os montados , etc ,) do exclusivo património regional :-do blog AlentejoAgroRural

AGONIA DE UM POVO
Hoje, é perfeitamente possível a alguém , seja quem for , que transporte dinheiro , seja qual for a sua origem ou propósitos , adquirir as terras envolventes de uma aldeia alentejana , acantonar nela as suas gentes e impedi-las de usufruir os seu espaço vital histórico /cultural .Temo o julgamento da história Do blog AlentejoAgroRural

DANTES
Dantes lutava-se pelo auto-emprego ,amealhava-se dinheiro ,obtinha-se a autonomia económica e garantia-se a velhice no seio do núcleo familiar .
.Hoje luta-se por um emprego e , nele ,por direitos .Solitário , entrega a subsistência quotidiana e a velhice aos
cuidados da comunidade .Sem gloria, dependente , sem incorporação da vontade própria , olha-se para trás e fica-se gelado. Blog- AlentejoAgroRural


TERRA MÃE
Numa reserva de índios da região de Seattle ( nos EE.UU da América ,) apareceu petróleo . Abordado , o chefe da tribo , acerca da venda dessa área , ele respondeu “ mas a terra é mãe e a mãe não se vende” .É o nosso equivalente a “Chão Sagrado”Também no Brasil a terra deixou de se vendida quer a nacionais quer a estrangeiros

Experiência ancestral
Perante um ataque à soberania , dizia o povo “Vem a guerra e vai a guerra ficamos nós na terra “.Isto queria dizer que as ocupações visava especialmente os centros de decisão ,deixando os campos .
Hoje o problema assume outras características .Isto porque quer os campos quer os restantes órgãos/empresas estão a ser alvo de uma inusitada fúria aquisitiva .Talvez fosse bom meditar nisto .

15.11.10

Alentejo Agrorural




Monday, November 15, 2010AlentejoAgroRural

ANALIZAMO-LO
Estamos em crise :--- monetária ,económica ,social , de valores , de produção ,de povoamento ,de procriação , de ruralidade ,entre outros Estamos á mercê dos designados mercados que mais não são do que ditaduras bancarias e empresariais cujos propósitos é encher os bolsos dos administradores e accionistas .Movendo-se ao estilo dos abutres, a quem lhe chegou ao nariz o cheiro putrefacto da nossa incapacidade de alterar as estruturas fundiárias ,ei-los a disputar-nos E nós a .pormo-nos a jeito persistindo na manutenção de direitos adquiridos , sobre o espaço rústico regional sem que disso resulte o dever de lhe dar um uso minimamente consentâneo com os superiores desígnios regionais . Há a maior complacência na aquisição de terras como se elas fossem um produto de mercearia adquirível , em auto-aprovisionamento, por qualquer um , sem se cuidar de saber se os seus propósitos tem dignidade para que se lhe possa atribuir a enorme distinção que é a detenção de uma parcela do nosso chão pátrio

2---Claro que isto tem solução ,mesmo no actual estado de debilidade em que nos encontramos,.Para tal , mesmo no actual quadro partidário , importa obter apoio eleitoral tomando medidas que agreguem vontades
Analisamos pois o comportamento dos grupos agro-sociais e políticos , que ,no ultimo quarto de século , foram influentes no mundo rural regional
a)---A acção do PSD entre 1985/95 foi caracterizada pela devolução das terras aos anteriores proprietários esquecendo-se da forma indecorosa como, no século XIX, esses mesmos ,no-las a surripiaram ,quer através de leilões fraudulentas quer do que ficou conhecido pelo esbulho dos baldios .Esta formação partidária não tem a menor credibilidade neste domínio A sua implantação insignificante Os pequenos e médios agricultores militam neste partido porque não vem no PS vontade de proceder a alterações fundiárias
b)---O PCP que , empurrado pelas forças armadas , recuperou grande parte do Alentejo ás mãos da cleptocracia latifundiária reinante , obtive os aplausos da generalidade do “homem do Alentejo” .Porem , a forma arrogante como se comportou e o uso colectivista , que deu ás terras ,desacreditou-o Numerosos , especialmente a nível autárquico ,compreende-se que o sejam quando uma saudade ,compreende-se que se seja comunista ,ou qualquer outra coisa , contra tal situação Mexendo no sector fundiária retira-se-lhes a razão contestatária
c)---- O PS com excelente desempenho na antecipação dos regadios , não teve , em termos de alterações do quadro fundiário , nenhuma intervenção ,.Não tendo o ónus negativo das outras formações partidários , é o único com condições para se apresentar ao eleitorado com credibilidade para o efeito .Intervindo no meio,vai recuperar os pequenos e médios agricultores e uma boa parte dos do PCP que vem no PS alguém capaz de enfrentar o inimigo de todos os tempos

3---A nossa situação ao nível do empresariado médio é de pré-rotura O que , tal como num acidente obriga a que se lance fora o balastro inútil , para salvar o resto ,também nós nos nos devemos libertar destes atávicos direitos adquiridos, geralmente de duvidosa legitimidade ,que nos atrapalham na senda do progresso ,impondo a máxima :--A detenção do espaço rústico, legado pelos antepassados , tem implícita a obrigação de o transmitir á geração que se segue .Logo inegociável
Para tal importa que a cedência dos solos se limite ao âmbito consuetudinário Consentimento esse valido durante e enquanto a sua intervenção se compaginar com os interesses regionais
Destas minhas observações ressalta a propositada intenção de condicionar o uso da terra (não a posse ) .Tenho sido criticado por privilegiar aquilo que se designa por explorações á “escala do homem “em contraste com as perder de vista do EUA Acabo com um facto que constitui um ícones dessa grande nação “” Numa reserva de Índios , em Seattle ,apareceu petróleo .Abordado, o chefe índio , no sentido de vender essa parcela ele respondeu --- a terra é mãe e a mãe não se vende””.É um dos seus símbolos
A grandeza dos EUA ainda se limita a produção em massa Mas há certeza de que no momento certo toma as medidas certas A nossa solução já não passa só por produzir alimentos ; mas sim por repovoar ; prosseguir a construção da paisagem ; a defesa ,com a presença humana neste território vazio sob ameaça ; a preservação dos usos ,costumes e tradições ; honrar a nossa historia ;.dignificar a nossa pátria
Francisco Pandega (agricultor ) fjnpandega@hotmail.com blog// AlentejoAgroRural .blogspot. com
Posted by AlentejoAgrorural at 7:53 AM 0 comments Email This BlogThis! Share to Twitter Share to Facebook Share to Google Buzz
Wednesday

18.7.10

AlentejoAgroRural
E a

Soberania regional

1--Nós , os que andamos nos teatros de operações militares , sabemos que os factores estratégicos , mais decisivos nas vitórias ( para alem do material bélico ) , são as transmissões e o abastecimento alimentar Seja em tempos de guerra ou de paz ; crise ou de abundância ; são -no agora ,foram-no no passado e sê-lo-ão sempre . São ,pois , os sectores nevrálgicos de toda e qualquer sociedade .Por acaso ,ou talvez não, são precisamente estes dois ramos da actividade que mais atraem a nação vizinha que , em relação as telecomunicações e de uma forma afrontosa , tenta substituir-nos a PT .No abastecimento alimentar , a coberto de parcerias transfronteiriças e de pseudo-inovações , vem sistemática e paulatinamente apoderando-se de vastas terras agrícolas do Alentejo ,ocupando ,hoje , uma área muito superior a de Olivença .Creio estar na hora de anunciar ao mundo e muito em particular ao nosso vizinho que , na península ibérica , há duas nações entre as quais Portugal, que já conta quase novecentos anos de independência e uma longa historia de vitórias para mantê-la .

2---Sendo o abastecimento alimentar , e o respectivo espaço rústico que o produz , assim como as telecomunicações ,os sectores que estão debaixo do fogo aquisitivo dos nossos vizinhos , importa esmiuçar a questão
a)---Nas comunicações , ao pretenderem subtrair-nos a Vivo brasileira , é atacarem-nos aonde mais doí e num local (o Brasil ) aonde as relações Portugal Espanha são de muito má memória .Recordamos que ,aquando das invasões franco -espanholas ,eles atacaram e apropriaram-se ,não só do nosso pais , como do norte do Brasil onde , por um triz , não fraccionaram aquele país irmão ,então colónia portuguesa Por essa mesma altura , também há duzentos anos , uma escaramuça no Uruguai serviu de pretexto para , desde então e até hoje , não nos devolverem Olivença ,não obstante os acordos internacionais tal imporem O que prenuncia ,em relação ao Alentejo adquirido ou que venha a ser numa segunda vaga , o anexem e nunca mais o largarem
Virem agora agitar a questão PT, no tribunal comunitário , por o nosso governo ter usando uma clausula impeditiva da alienação ,é ser parcial .Um pouco mais de contenção ,nas suas ambições sobre os nossos sectores estratégicos ,não lhes ficaria nada mal .Trazem a memória questões que deveriam continuar jazidas no esquecimento
b)----Em termos de abastecimento alimentar também não perdem tempo. São os nossos principais fornecedores de alimentos cuja concorrência ,(sabe-se lá dos processos usados para a formação dos preços ), dificilmente podemos competir . Eles sabem que, não obstante termos uma região com potencialidades agrícolas incomensuráveis , há bloqueios que nos inibem de ser produtivos e competitivos
Como que a” fazer pouco de nós “ abastecem-nos de alimentos a partir de Espanha e agora , comprando terras ,fazem-no a partir n osso território , possivelmente usando mão de obra regional entre a qual estarão pessoas qualificadas mas que não tiveram igual de oportunidades em termos de apoios bancários taleles ,Desta forma desertificam humana e ambientalmente a região e impedem uma politica de repovoamento com base na comunidade rural residente

3---Qual a razão porque o ímpeto colonizador espanhol incide sobre o Alentejo e não em qualquer outro pais ? Porque não há local algum no mundo que aceite qualquer tipo de colonização agrária na época de hoje Não vão para a Europa inclusivamente países de leste (onde a lição sudetas não é para esquecer ) ,onde há as mais amplas liberdades de estabelecimento por parte dos governos . Dos governos sim , porque estes sabem que há um substrato que é a , comunidade rural local , com os meios necessários e suficientes para dissuadir qualquer intento nesse sentido ; nem para África onde á menor justificação apanham com um “vai-te embora colonialista explorador que esta não é a tua terra “;seguido do respectivo saque ; nem para a América Latina onde os espera um capanga equipado , de forma convenientemente dissuasora , que se proclama ser dono dessa mesma chácara
Vem para o Alentejo onde sabem que há uma comunidade rural autoctone escassa, abúlica , que não sabe a força de sua razão .Ocupada ,desde 1834 (ha 200anos ) por uma cleptocracia fundiária , impiedosa ,insaciável ,implacavel , que tudo tem dominado , mantendo em seu poder três quatros dos espaço rústico ,resultou neste Alentejo tristonho, sem garra ,.sem vontade
Tres quartos do Alentejo ou seja 2.250.000 de hactares X €--3.000/ha =6,75 biliões de euros , menos dinheiro do que o que esta em jogo pela Viva coisa que o banco Santander ,o financiador das aquisições esanholas , faz com a maior facilidade na proxima vaga aquisiriva que, ao que parece , a PT foi o ensaio
Um abraça do amigo Francisco Pandega

26.2.10

AlentejoAgroRural
E o seu
QUADRO FUNDIÁRIO

1---A terra agrícola está indissociavelmente vinculada ao exercício da agro-ruralidade. E esta é a fonte insubstituível de produção de alimentos, construção da paisagem, povoamento e consequente afirmação da regionalidade, continuação de um determinado percurso histórico/cultural, preservação de valores identitários /tradicionais ; entre outros. Enfim, fonte de estabilidade nacional e ate, quando a nação se encontra numa encruzilhada da vida, é no mundo rural, ou seja, é nas raízes históricas, que reencontra o rumo Daí que, se bem que seja mau que se percam empresas,( sejam elas comerciais, industriais, serviços e outras) , em benefícios de estrangeiros, é infinitamente pior quando se aliena , o controle da colonização do território Ou seja :- se permita uma ocupação a esmo ,sem regras , nem condicionantes , por parte de alienígenas .A ausência de critérios ou de equidade fundiária , desde há duzentos anos a esta parte , resultou no que mais parece numa aposta na desonra do homem do Alentejo .

2---È difícil entender que não haja, entre nós, qualquer critério condicionante em relação ao apossamento da terra Nas actuais condições é perfeitamente possível que alguém, com dinheiro, seja lá quem for, adquira uma vasta área sem ter em conta o uso que se lhe dê, a integração social que se propõe , ou aos constrangimentos que causa nas populações locais. Uma coisa destas não acontece em parte alguma muito menos Europa onde nos inserimos O estado, sem a menor vocação para o mundo rural, habituou-se a delegar a vida rústica da região no reduzidos grupo dos grandes proprietários, obnubilando, com isso, os seus reais problemas e o dever inalienável de intervir na reposição de uma certa justiça agro- social
a)— É por isso que, não obstante as tão favoráveis condições naturais, importamos mais 70% dos produtos alimentares que consumimos; temos 25% da população que poderíamos ter se não impendesse sobre a nossa aquilo que, em termos de bolsa de valores, se designa por uma opa hostil de aquisição sem que a comunidade rural residente levante a menor objecção em nome manutenção, em mãos regionais , daquilo que é, entre os estratégicos, o mais estratégico de todos os valores . Estamos a falar do sagrado espaço físico regional
b) – Ora, sendo o Alentejo uma portentosa região em termos agrícolas, o facto de ter uma produção e produtividade tão baixas; uma densidade populacional que roça o vazio humano; uma população envelhecida já que os novos, face a este bloqueio fundiário, emigram; é bem a prova de que resultam devastações sempre que, ás gentes rural, lhes seja retirada a capacidade de definir as regras de acesso aos respectivos espaços rústicos envolventes
c)---Com uma superfície dos três milhões de hectares totalmente aráveis, nos quais há 60% de vocação agro-silvo-pastoril (D+E); 25% agro-pecuária (C e manchas adjacentes de D e B); e 15% agrícola intensiva (A+B); faz do Alentejo terra de potencialidades agrícolas imensas que poderia multiplicar por muitos a produção agro-silvo-pecuária Só nessa altura se tornaria atraente para a instalação de uma vasta gama de sinergias destinadas á agricultura ou dela derivadas . Também, e no curto espaço de tempo de uma geração, se poderia triplicar a densidade populacional acabando de vez esta êxodo rural que mais parece um atentado contra os direitos humanos
d) ---Essa extrema debilidade é a resultante do errado perfil das explorações agrícolas e, por consequência, dos respectivos agricultores Nem poderia ser de outra forma quando a ocupação fundiária é formada por cerca de 40.000 pequenos agricultores com uma área media de 12Ha, absolutamente inviáveis devido à sua exiguidade
Contrastando com os cerca de 2.500 grandes proprietários com área media de 1.000Ha, igualmente inviáveis, por razões inversas ás daqueles. Esta absurda disparidade acaba por trazer consequências quer de ordem produtiva, quer ambiental , assim como as de carácter politico de que o Alentejo é um triste exemplo
Explorações de média dimensão, detidas por agricultores individuais, efectivos e residente, que é para onde deveria tender a nossa agro – ruralidade, são poucas e, mesmo essas, são prolongamentos, não contíguos, dos latifúndios

3-- A existência de tal anormalidade, que perdura , desde há duzentos ,não tem razão de existir nesta época de liberdade e contestação Vive-se numa situação de dependência e num mal dizer sub-reptício sem consequências . Tal situação , de extrema abulia , só se compreende pelo facto dos pequenos agricultores, os trabalhadores rurais e os seareiros, depois de diversas gerações de uma indecorosa subserviência , aos donos da terra, só lhes ter ficado a recordação do fel amargo da fome, cansaço, da servidão e exclusão social. O doce sabor de ser livre e independente, com a legitimidade acrescida resultante do estatuto de agricultor, continua a está-lhe, ainda hoje , na prática, vedado. São estas as suas memórias. É isto que o inibe de usar a força da razão, em prol da justiça fundiária ,na sua região ,
Eis pois o nosso drama. Eis a razão porque o Alentejo é o que é. Eis a razão do contraste com a restante Europa.
Europa das regiões onde cada uma mantêm incólume a suas relação homem/terra já que nesse domínio não há interferências exóticas. Daí que, mesmo que a Comunidade Europeia (ninguém sabe a onde esta, ou outras crises, nos podem levar) se desconjunte; mesmo que se fragmente a respectiva nação (abundam os exemplos nesse domínio), a vida dessas comunidades não se alterará .Mantendo-se incólume , prossegue os seu desígnio sem grandes solavancos Perpetuam -se como povo, com identidade própria, orgulhosamente diferenciados em relação aos contíguos
E nós? No Alentejo! Desta longa historia de servidão, exclusão e dependência fundiária, só nos espera a continuação desta lenta agonia cujo desfecho será uma inexorável da extinção. A não ser que …. ! (continua em próximo escrito )
Francisco Pândega (agricultor) //fjnpandega@hotmail.com.//alentejoagrorural.blogspot.com

26.1.10

AlentejoAgroRural
e os

Baldios Comunitários

1---A comunidade rural das Terras de Bouro manifesta-se ,de uma forma ordeira e civilizada , em defesa dos seus baldios tradicionais nas serras de Geres e Soajo . É a eterna luta pela manutenção dos baldios com a formula administrava por compartes Claro que o que está em causa é mais alto e mais profundo :-- trata-se de impedir a já velha ameaça do seu esbulho .Dantes pretendia-se mudar as regras administrativas .Hoje prevalecem as questão ambientais e ,mais recentemente , uma certa e muito difusa integração numa tal “fileira florestal “ que já esta a alastrar para os montados alentejanos .Mudam-se as versões mas não as intenções .
Os homens do norte têm resistido .Honra lhes seja feita .Nós não .Não conseguimos impedir o esbulho dos nossos baldios, perpetrado na ultima metade do século XX .Tal como no norte também nós tínhamos grandes baldios comunitários na periferia das vilas e aldeias .Perdemo-los em beneficio dos grandes donos do Alentejo que ,ao apoderam-se do poder local o usaram como meio para no-los capturar .A fórmula foi a de si bem conhecida :--os leilões fraudulentos tal como havia acontecido quando se apoderaram a das terras alentejanas ,indiferentes ao facto delas estarem detidas por famílias de foreiros Mais pobres ,ficamos nas insignificantes courelas na periferia dos povoados a funcionar como reserva de mão de obra Assim , com a espinha quebrada , restou curvarmo-nos perante os novos donos .e submetermo-nos ao sufoco da pesada bota latifundiária O Alentejo ficou transformado numa coutada e as gentes seus serventuários . Já lá vão quase duzentos anos Outros povos ,em iguais circunstâncias têm obtido a reposição dos seus direitos elementares .O caso dos sudetas da republica Checa é disso um exemplo bem eloquente Nós ainda não .

2---O ultima baldio comunitário que resistiu, no Alentejo , foi na freguesia da Granja concelho de Mourão Ate há pouco activo , inclusivamente com a respectiva adua ,.Ao que parece passou para a posse de um espanhol
A função dos baldios comunitários era importantíssima em diversos aspectos :--- Neles os aldeãos caçavam (não por recreação mas sim para se alimentarem ) e estabeleciam colmeais ; recolhiam lenhas , frutos , condimentos e ervas medicinais ; pastoreavam o gados em aduas ; e sempre que necessário retalhavam sesmos (que deu o nome á lei das sesmarias quatrocentos anos antes ) que eram divididos em courelas , que não iam alem de meia dúzias de hectares (terra de um moio ) que eram por sua vez atribuídas , por aforamento, a quem as trabalhasse e enquanto lhe desse um uso normal Mais tarde , ,”remido”o foro (o que será dizer certificar o agricultor ), era-lhe conferido titulo de plena posse
Ter courelas para e obter a auto-suficiência alimentar e baldios que garantiam o redimensionamento da exploração ,conferia ás gentes uma certa áurea de ser parte activa da sociedade Perdidos os baldios foi a capitulação perante as tutelas latifundiárias Foi um rude golpe no nível das perspectivas de vida

3---Que seria hoje o Alentejo se sobre nós não tivesse acontecido essa crueldade de sermos despojados das terras foreiros e dos baldios comunitários ? Seríamos uma região povoada por dois milhões de alentejanos já que o êxodo de cerca de uma milhão (entre os quais se inclui este vosso escriba ) no século passado não teria acontecido Sabido que os campos são o meio óptimo para o estabelecimento da família e procriação ,o Alentejo estaria perfeitamente povoado . Assim ocupados , a região não aproveitou o desenvolvimento galopante que a época de então proporcionou :--- os caminhos de ferro rasgaram o campos alentejanos ,de lés a lés , conferindo-lhes uma mobilidade ate então não experimentada ; Lisboa industrializa-se necessitando cereais, carne, queijos, azeite ,assim como de palha e carvão ; inventou-se a charrua de ferro vira-aiveca que, conjuntamente com uma maior eficácia nas apeiragens dos animais de tracção, tornou possível o arrotear os matagais e, com isso , uma maior produção de cereais a gados ; apareceram os primeiros fertilizantes químicos o que não obstante a sua monovalência levou a que as terras novas , respondessem bastante bem Essas mais valias, resultantes de um meio excelente e gentes com querer e saber fazer, não reverterem a benefício da região , Foram ,isso sim , consumidas na voragem da extravagancia ,volúpia e sumptuosidade dos insaciáveis e exuberantes donos do Alentejo

4---Esta crueldade histórica que impende sobre nós moldou-nos naquilo que hoje somos :---Ao contrario do que acontece nas Terras de Bouro , somos incapazes de perceber que o espaço rústico regional é o legados histórico dos nossos antepassados sobre o qual temos um inalienável direito consuetudinário .Dar-lhe um uso de acordo com os superiores interesses da regionais e lega-lo a geração seguinte , tal como o recebemos da anterior , é um desígnio geracional que temos que honrar
.As vicissitudes da historia tem-nos sido adversas .É um facto .Mas poderíamos ter feito mais nem que fosse um simples sinal da nossa inconformidade Hoje ,assim debilitados e quando é perfeitamente possível reabilitarmo-nos , constata-se que o excessivo tempo de subordinação fundiária e falta de exercício na actividade agrícola , fez-nos perder o ritmo evolutivo .Assim, este estado de abulia , tem sido muito bom ,muito cómodo mesmo, para os detentores das terras alentejanas já que dispõem de toda uma comunidade rural pacata , mansa ,obediente e que não chateia . Mas isso tem custos , Esta brandura não vai ajudar nada quando , agora que o livre direito de estabelecimento está institucionalizado , os apetites sobre a nossa região recrudescem e os governos , mercê dos acordos efectuados , estão manietados .Resta saber se vimos a ter oportunidade de sermos uma solução supletiva ,eficaz e inquestionável no sentido da manutenção da soberania sobre o espaço rústico
Acantonados nas aldeias já que as áreas envolventes nos estão vedadas ; indo trabalhar nas obras ou ficando em estado vegetativo a expensas dos apoios sociais , a continuar assim , vamo-nos degradando moral e profissionalmente até ao ponto de para pouco ou nada contarmos
Percebe-se melhor , o significado destas afirmações , se as contrastarmos com a luta que a comunidade rural das Terras de Bouro trava pela manutenção dos seus baldios .Conclui-se que eles são os vencedores que subsistem .Nós somos os vencidos em lenta agonia
A historia será implacável na condenação dos responsáveis pela extinção desta nossa milenar comunidade rural autóctone .Vitimas do facto de termos vindo ao mundo numa região ubérrima que desperta os mais vorazes apetites ,somos impedidos de nela demonstrar a nossa real valia .Somos marginalizados como se de algo descartável se tratasse Somos postergados em beneficio de endinheirados cujas origens e propósitos são incógnitas ,os quais ,exibindo um espartano desprezo por quem cá está , não olham a meios para atingir os seus fins .Fins esses que jamais se campaginam com os superiores interesses regionais
Francisco Pândega (agricultor)//fjnpandega@hotmail.com.//alentejoagrorural.blogspot.com