AlentejoAgroRural
Analisamos-lo
De uma prolongada ausência do AlentejoAgroRural resultam saudades profundas , daquelas que doem e nos prostram doentes ; analisado de longe , em contraste com outro meio e outros povos , conclui-se que se bem que lindo e aprazível , injusto e opressivo ; Conhece-lo bem para melhor o julgar e humanizar é a minha proposta com os votos de um bom 2011.Do blog --AlentejoAgroRural
1----Acho bem que o governo de entre 1985 /95 tenha integrado os rurais alentejanos nos esquemas de apoio social tal como acontece com os outros extractos sociais .O que não pode é subsistir a suspeição de que essa integração , no sistema de segurança social, tenha sido a moeda de troca para lhes retirar as terras e devolve~las aos mesmos a quem , anos antes , haviam sido expropriadas.
, a)---Acontece que este acto devolutivo perpetrado pelo governo há uma geração , está na razão directa de todos os nossos desaires regionais , designadamente :--- Despovoamento do território ; pobreza só atenuada pelos apoios da segurança social o que numa região de exuberante de riqueza bem indicia da opressão aqui vigente ; baixa produção e produtividade absolutamente injustificadas num povo , ate há pouco , detentor de uma capacidade de trabalho ate á exaustão ; perda de qualidade e incapacidade de assumir os desígnios agro-rurais por falta de pratica já que lhe é negado o acesso á terra onde se poderia manter actualizado ; ,adopção da hábitos urbanos que não se coadunam com a autenticidade rurícola ; a porta entre-abertura para a perda de soberania regional em relação aos nossos vizinho sinal de que a historia se repete .
b---Alegar-se que foi incompetência ou um momento de menor lucidez desse governo de tão má memória , não justifica tão mau procedimento , O caminho já havia sido traçado por anteriores governantes bem mais lúcidos e corajosos .Estou a falar de Mário Soares e Sá Carneiro .O primeiro , por meio da lei 77/77 traçou o que seria a reestruturação fundiária do Alentejo .Vista hoje , temos que concordar que Mário Soares ,alem de muito corajoso, é portador de uma correcta visão do futuro agro-rural regional O segundo pondo em pratica , por meio da lei 111/78 uma nova ordem agro-rural regional , lutando contra o PCP que defendia os seus redutos que eram a s Unidades Colectivas de Produção .Por outro lado em luta contra os donos do Alentejo que pretendiam retomar os seus poderes e com isso continuar na senda da destruição do Alentejo Foi uma luta insana contra tudo e contra todos .,inclusivamente sem o claro apoio alguns partidários mais próximos Éramos poucos os convictos nesta luta Entre eles sobressaiam Ribeiro Teles e Francisco de Sousa Tavares
c)--- Um dos motivos que levou esse péssimo governo a agir de uma forma tão ao arrepio de uma normal visão do problema foi o ódio visceral aos comunistas Logo, a forma de os punir , foi retira-lhe as terras e devolve-las aos latifundiários em vez de contemplar novos agricultores como fez o seu antecessor Sá Carneiro Esse infeliz governos nunca percebeu que estava a pactuar com duas mentiras :--Nem esse tipo de proprietários tem dignidade para usufruir o chão sagrado alentejano , nem os comunistas rurais são colectivistas
I) ---Os latifundiários do Alentejo ,os herdeiros dos devoristas de 1834 ,enriquecidos no rescaldo das invasões francesas , apossaram-se do Alentejo nos conhecidos leilões fraudulentos feitos por um governo a braços com grandes dividas e uma função publica afrancesada que não prescindia dos seus honorários Tudo assente sobre uma monstruosa falcatrua que ainda não foi julgada ;-- os campos do Alentejo eram explorados por foreiros cujos direitos foram anulados de uma forma unilateral e contraria lei então em vigor Os direitos foreiros , seus contemporâneos, que não foram objecto da sua cobiça , ainda hoje se mantém em vigor
II)---Os donos do Alentejo ,lá de longe , onde guardam os produtos da rapina aqui perpetrada , mandavam recados perguntando :--então os alentejanos já estão a invadir ? Tinham a alma pesada ,Estavam cientes de que a sua luxuria assentava na miséria dos legítimos dignitários das terras alentejanas .Nunca estiveram seguros
A dádiva do governo de 1985/95 foi uma surpresa com que já não contavam
E compreende-se que tenham problemas de consciência dado terem desalojando os residentes ; ; apropriado-se do poder administrativo / repressivo , braço armado dos seus torpes intentos Não introduziram nada de novo limitando-se a uma exploração vil e insana dos autóctones indefesos .Os sistemas agrícolas , animais de tracção as alfaias tradicionais e equipamentos foram sempre de confecção local ,As populações das aldeias sempre subalimentadas constituíam uma reserva de mão de obra eficiente , séria , dedicada e muito barata Usando uma força desproporcionada submeteram esta gente a mais vil servidão ao empobrecimento crónico , à perda de identidade e de dignidade Há feridas a sangrar .Há contas por ajustar. Isto não se faz
III)-----Os comunistas rurais , gente que se vê acantonada na aldeia perdendo todo o contacto com o seu espaço tradicional envolvente ,tais feras enjauladas, tem em si o gérmen da revolta Desde a nascença sabem que o seu destino é a servidão agrícola ao serviço de donos das terras tantas vezes meros egoístas , especuladores fundiários agricolamente incompetentes , senão mesmo portadores de uma estranha ferocidade característica de quem está com medo .Outros debandaram com o coração a sangrar de saudades .Os que ficam , mantêm-se em permanente estado revolucionário alimentados pelo PCP, Tal panela sob pressão sempre prestes a estoirar ,vingam-se votando , nas autarquias , em projectos utópicos ,sem solução exequível , mas que alimentam um recalcado ódio aos grandes agrários Ser comunista /individualista no meio rural alentejano é algo que se tem que compreender antes de julgar Será que alguém que se encontrasse nas mesmas circunstancias não exerceria o direito de se rebelar contra tal exclusão ? Evidentemente que sim Assim excluídos de exercer a actividade nas terras da freguesia , é de esperar que politicamente sejam tudo , mas mesmo tudo , inclusivamente comunistas.
Neste AlentejoAgroRural , cruelmente injusto , que vegeta num estado de putrefacção agro-social ,importa repescar as directrizes deixadas por Mário Soares /Sá Caneiro e deitar para os “quintos dos infernos” a solução do governo de 1985/95
3----O nosso pais esta a passar um mau bocado O termos tomados medidas erradas na geração anterior ditaram falta de produção e os vícios sociais que presentemente nos corroem nos conduzem a esta debilidade económica ,Não foram pulhices semelhantes a da Grécia que passou pela humilhação de lhe proporem a a troca de ilhas por financiamento ; nem a loucura financeira do sistema bancários Irlandês que está aflita não obstante ter sector agrícola bem organizado ,A nossa é mais grave e difícil já que assenta em vícios atávicos , obstruções sistemáticas , ,parasitismo endémico e direitos adquiridos que não vejo como elimina-los só com conversa A falta de produção e produtividade resultantes do bloqueio do sector económico especialmente no mundo rural alentejano são entraves de monta Elimina-los é imperioso Evidentemente que recorrendo as imensas potencialidades Alentejo ,é a solução
I---Para quem conheça o Alentejo somente nos aspectos turísticos que fique a saber ;--- O Alentejo ´é agricolamente uma das regiões mais ricas do mundo . Uma imensa planície , agro-silvo-pastoril de lés a lés ,,com uma área de trezentos milhões de hectares ,1/4 da qual a fertilíssima ,Agora , que o governo antecipou os regadios e , com isso , aumentado e diversificado consideravelmente a capacidade produtiva e consequentemente uma mais valia
---Ate mesmo cereais de sequeiro são viáveis , se enquadrados num sistemas de afolhamento/ rotações de culturas adequado a capacidade de uso de cada parcela, dado que , se bem com baixas produções unitárias os custos também são baixos dado que são repartidos pela mobilização da terra , beneficiamento dos montado , pastagem ,etc
---Veja.-se , por exemplo, a maior representante da nossa floresta autóctone (o sobreiro) :--a sua casca (cortiça ) é uma fonte de divisas colossal (três biliões de euros anuais , á saída da árvore ) com a lenha fazem-se anualmente milhares de camionetas de carvão ,; da lande engordam-se ,em cada época , muitos milhares de porcos de montanheira ; com a rama mantém-se os animais (vacas ovelhas e cabras ) no inverno ; e ainda dá seara e pastagem no sub-coberto Coisa mais rendosa não há
Foi insistentemente ensaiada a sua plantação em diversas regiões de África ,sempre sem sucessos . Lambem na Califórnia se recusou a sobreviver .Enquanto que aqui , entre nós , regenera espontaneamente Estranha fidelidade regional , não obstante os maus tratos que lhe infligimos
.Assim com tamanha produção interrogamos , para onde vai tanto dinheiro ? Não fica nenhum no Alentejo . É daqui rapinado , na totalidade, pela insaciável cleptocracia latifundiário dominante , aqui instalada desde há quase dois séculos a esta parte .
II----Como primeiro passo para a solução , importa repescar as medidas deixadas pelos estadistas atrás referidos (Mário Soares e Sá Carneiro ) Povoar o Alentejo por agricultores directos livres e efectivos como forma de acelerar produção agrícola e desincentivar aqueles que de fora olham para o Alentejo , detido por uma nação em dificuldades e proprietários destituídos da indispensável afectividade , como uma presa fácil para os mais torpes propósitos
A partir daí ,facilmente se consegue a autonomia alimentar anulando o deficit de sete biliões de euros anuais de importação de produtos agrícolas ; restaura-se a reserva alimentar para o que der e vier ; pode triplicarem-se as exportações de alimentos ,hoje na ordem dos três biliões de euros anuais Isto é só uma amostra . E digam la que nós não somos viáveis .
III---Uma advertência resultante da minha experiencial nesta matéria :---
Uma reestruturação fundiária nunca pode pôr em causa a posse da terra por parte dos actuais donos .Isso seria fazer o jogo deles , com querelas intermináveis , nas quais são mestres imbatíveis . Tem que começar por punir quem não atinja os padrões mínimos de eficiência na de exploração ; condicionar a alienação (arrendamento , venda , doação ) em beneficio dr quem não tenha a necessária dignidade para deter o solo pátrido ; , aplicação do fisco aos desvios as boas normas rurícolas . Numa segunda fase e definido o nível de exploração funcional ou ” à escala a do homem “ ,de acordo com a capacidade de uso dos solos , a parte remanescente, ser objecto de uma imposto progressivo/dissuasor
Todo o cuidado é pouco para se lidar com esta matéria .Estamos a ir contra os interesses de gente de muito dinheiro , poderosa e influente ,cuja imaginação , para subverter o desenvolvimento do Alentejo, é prodigiosa .
Francisco Pandega (agricultor ) /// fjnpandega@hotmail,com //// AlentejoAgroRural.blogspot.com
29.12.10
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