1.1.06

Alentejo agro-rural
E O
PLANO TECNOLÓGICO
1--- Vai ser dinamizado o plano tecnológico sob a coordenação do professor Carlos Zorrinho ,um profundo conhecedor do Alentejo , das suas gentes ,dos seus problemas e respectivas soluções .Tanto quanto se percebe pretende-se ,a partir do referido plano , modernizar o nosso pais . País do qual o Alentejo faz parte integrante e que , indubitavelmente , está a passar uma fase dificílima . Sendo uma região detentora de um enorme potencial agro-silvo-pastoril , é inconcebível que tenha uma produção desprezivelmente baixa ; que as suas gentes ,detentoras do querer e saber agricultar , tenham que debandar por lhe ser negado o acesso á terra ,na sua terra ; enquanto isto , nada faz suster uma exagerada colonização alienígena ,bem financiada , com especial incidência na faixa fronteiriça com a Extremadura .
Constatando-se que , depois de três quadro comunitários de apoio (QCA ), estejamos assim tão fragilizados há uma interrogação que tem que ser feita :---
Como explicar o não estarmos minimamente preparados para a globalização quatro anos depois de Doha? .Ou então interrogarmo-nos acerca da funcionalidade do presente tecido fundiário ,para assumir novo QCA , tendo em conta a ineficácia dos anteriores ?

2--- QUE VENHA O PLANO TECNOLÓGICO e ,com ele , a indispensável morigeração do mundo rural regional . Só peca por tardio .,já que a nossa região se encontra numa fase , de tal forma periclitante , que tanto pode descambar para a saída do nosso controle , como afirma-se ,em toda a sua pujança , fazendo jus ás suas colossais potencialidades agrícolas .Tendo sempre em conta a especificidade regional, única e irrepetível , importa caracterizar a situação ; analisar os efeitos da OMC (organização mundial do comercio ), sobre a nossa região ; e , por fim , tomar as medidas de feição agro-rural conducentes á nossa integração nesse comércio agrícola globalizado

2.a)—Breve caracterização do Alentejo agro-rural Como se sabe , nos últimos vinte anos , tantos quanto a vigência dos três QCA (quadros comunitários de apoio ) , a PAC disponibilizou , para o Alentejo, enormes quantias em subsídios . Se a isso acrescentarmos as verbas , de cerca do dobro, resultante da cortiça , aqui produzida , aproxima-se de uma quantia astronómica na ordem dos dez biliões de euros desde 1985
Trata-se de muito dinheiro Não obstante isso a produção agrícola caiu para níveis desprezivelmente baixos ; as pessoas continuam a debandar da região ; a auto-estima regional está no seu mais baixo nível ; o Alentejo está a ser objecto de uma excessiva colonização ,por parte de endinheirados alienígenas , que põem em causa a nossa soberania
Que se passa , em nós, para que ,em termos agrícolas , sejamos um autêntico desastre ? Deve-se á reduzida existência daquele que seria o pilar base da estabilidade agrícola :--
Explorações agrícolas de média dimensão na possa efectiva de agricultores directos ,
em família e residentes , de livre usufruição , inclusivamente com direitos de sucessão (excepto venda e hipoteca )
.Em vez disso o Alentejo é , em cerca de 80% do seu espaço , de herdeiros sem o querer nem o saber ser agricultor ; de pessoas com outras actividades , especuladores fundiários e maníacos endinheirados , etc..Geralmente , sem exercerem a actividade agrícola de uma forma consistente e adequada ,não raro associam-se , em autenticas centrais de captação de fundos comunitários , adquirindo uma notável especialização nessa matéria

2.b)--- A Europa e a organização comum de mercados ( OCM ),
É sabido que as nações que compõem a UE ,devastadas por sucessivas guerras, têm a lembrança de uma passado de grandes fomes . A experiência ensinou-os (não me refiro a nós que ,nesse domínio , somos de uma inépcia confrangedora ). que não devem descurar a auto-suficiência alimentar Daí a aposta na agricultura , dotando a PAC dos indispensáveis fundos .Com muita tecnologia e exagerada intensificação , esse objectivo foi conseguido. Mas á custo de elevados preços nos alimentos e danos na saúde pública . A BSE , as toxinas cancerígenas , os venenos nas frutas e legumes , os antibióticos na carne , são os resultados da intensificação das culturas e do confinamento dos animais
Enquanto isto os países do terceiro mundo , com largos espaço para serem grandes produtores de alimentos , impossibilitados de os exportar devido á subsidiação da PAC . ameaçam com boicotes aos produtos industriais .Perante isto a Europa vai abandonar a subsidiação directa aos produtos agrícolas e desarmar as pautas aduaneiras
Isto tem enormes vantagens já que o mundo fica mais justo e equilibrado ,já que cada região , em qualquer parte, produz e lança no mercado aquilo para o qual tenha vocação ecológica Daí a razão porque já existe no mercado , durante todo o ano, uma vasta diversidade de produtos agrícolas , de boa qualidade e a preços aceitáveis . Ficam a ganhar os consumidores , alias todos nós
Quem fica a perder são os agricultores já que , sem subsídios , vêm-se na necessidade de concorrer , com outros agricultores , a nível global , em pé de igualdade ,. Daí a necessidade de arrumar a nossa casa agro-rural libertando-a dos factores que a estã a emperrar . de modo a que haja uma salutar luta concorrencial ,vencendo os que produzirem mais e melhor , dando autenticidade ao mercado
E nós ? Qual o nosso papel neste mundo agrícola globalizado ? . Já está estudado :--- Vamos construir o nosso nicho de mercado com base na cortiça , de que somos o maior produtor mundial , maior do que todos os outros juntos ; carne de porco (enchidos e presuntos ) a qual , engordada nos montados, resulta um produto inigualável ; azeite , hoje considerado um alimento muito saudável e exclusivo da bacia do Mediterrâneo ; e horto - frutícolas , vocacionadas para o abastecimento da Europa Central , aonde podemos antecipar a sua própria produção em cerca de dois meses .Só isto e chega bem .

2.c--- A nossa agro-ruralidade e a integração na OCM
Assim , pressionados pela globalização , não podemos postergar a redefinição do modelo agrícola já que o actual está esgotado, porque obsoleto, e absolutamente impróprio para integrar essa nova ordem globalizada
A condição é simples :-- a terra terá que ser detida por agricultores directos e em família , na posse de explorações correctamente dimensionadas .Simples , como se vê .
Aliás foi nesse sentido que sempre foram as directrizes da PAC ao estipular que só devem ser subsidiados agricultores a título principal . Porem , o governo português de 1985 entendeu apoiar indiscriminadamente todos os donos de terra fossem agricultores ou não . O resultado é o que se vê .
Que venha o plano tecnológico na condição de ter sempre presente que há um meio natural especifico e irrepetível que não pode ser contrariado. Forçando-o, resultam inexoravelmente consequências sejam elas de ordem financeira, sejam de agressões á natureza designadamente erosão dos solos , decrepitude dos montados, de ordem climática e ate de desequilíbrios da fauna bravia
. Cuidado, pois . O Alentejo está farto de assistir a grandes “ inovações salvadoras “ todas elas de triste memória , que vão fenecendo ,umas atrás das outras , salvando-se os agricultores tradicionais , depreciativamente considerados" tradicionalistas enquistados" .

Como se sabe em agricultura há duas ordens de intervenções bem distintas :-- Uma que incide sobre o sistema e outra sobre os meios que facilitam a efectivação desse mesmo sistema
----- Por sistema entende-se a forma de exploração tendo em conta a especificidade regional . No que concerne á região Alentejo compreende um determinado calendário agrícola ,de acordo com os ciclos climáticos ; os afolhamentos e rotações de culturas tendo em conta conservação dos solos e a regeneração dos montados ; o maneio e rusticidade de determinadas espécies e raças de animais adaptados ás nossas condições específicas ; a cultura de determinadas espécies e variedades , adequados ás estações do ano e aos nossos hábitos alimentares .
Isto é uma regra inelutável que os tradicionalistas têm mantido e que a globalização vem agora dar toda a razão
----- Por meios , destinados á implementação dos sistemas , de forma a que a actividade seja mais célere e menos penosa , aí , sim , é o campo de intervenção do plano tecnológico .É aí que entram as mais modernas maquinas ,alfaias e ferramentas ; rações e medicamentos para animais ; pesticidas e fertilizantes para as plantas ; infraestruturais (cercas, charcas , currais , alpendres ) com os requintes tecnológicos avançados

É nesta dualidade de critérios que o plano Tecnológico se terá que movimentar
Daí podem resultar os produtos que , no binómio qualidade/ preços , construam o nosso nicho de mercado a partir do qual se reequilibra a balança de pagamentos quer por meio do aumento de exportações quer pelo aumento da produção destinada ao auto-consumo e consequentemente diminuição das importações
E com isso fazer calar os que babosamente defendem transformar o Alentejo num impossível Sillicon Vallery / Califórnia .Isto porque o nosso desígnio , tendo em conta o enorme e ubérrimo espaço que detemos , passa pela desenvolvimento agrícola em volta do qual , a montante e a jusante , desenvolver-se-ão toda uma vasta panóplia de actividades derivadas da , ou para a, agricultura dado ser este o cluster pivot em volta do qual tudo gravita

3--- EM SUMA . Não podemos esconder a verdade da gravidade da nossa ruralidade .Após tanto dinheiro investido mais parece termos sido de um tremenda intempérie .Isso prenuncia que seja o que for que se intente ,sem que antes se reestruture o nosso tecido fundiário , o resultado é sempre um fracasso . Está em causa o Alentejo , espaço ancestral que amamos ,legado pelas gerações que nos antecederam , em relação ao qual temos o dever inalienável de transmitir ás gerações que se seguem
Mas preserva-lo implica que o ponhamos a produzir .Para produzir importa que haja igualdade de oportunidade para todos no sentido de que a terra venha a ser detida , de uma forma efectiva e individual , por parte de quem queira e saiba dar-lhe o devido uso
O nosso mal é não entender que o estatuto da terra pauta-se por diferenças abissais em relação aos outros sectores económicos (comercio ,industria e serviços ) . Nestes , sempre que o empresário seja incompetente e laxista , o mercado encarrega-se da sua inexorável eliminação . Na terra , tal não acontece já que se podem manter, indefinidamente, na sua posse , sucessivas gerações de herdeiros incompetentes , especuladores e oportunistas , absentistas impenitentes. Ora , nestes casos ,ca sua detenção impede o acesso da comunidade rural residente .
Logo , para colmatar e ineficácia do mercado , neste domínio, terão que ser os representantes do mundo rural a assumir essa função . Há que assumir esta verdade bem antiga entre nós e pratica corrente nos nossos parceiro comunitários :--- “ a terra é um espaço comum explorada individualmente por parte de quem o faça de acordo com as regras comummente aceites “
O plano tecnológico tem uma palavra a dizer no mundo rural alentejano . Devera ,por meio dele serem estripados os factores que obstaculizem as condições atrás enunciadas .
Se não se perder de vista as condicionantes edafo-climáticas em que age , será absolutamente seguro o sucesso das novas tecnologias que lhe estão subjacentes.
FRANCISCO PANDEGA

6 comentários:

Anónimo disse...

Lei n.º 77/77 de 29-09-1977 - versão que está indisponivel,
Falamos do António Barreto ? agora cronista do Público ?

Anónimo disse...

Keep up the good work
»

Anónimo disse...

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